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Enquanto Mauro Vieira e André do Lago destravam agendas complexas, Câmara tropeça na falta de acordo sobre o projeto de combate ao crime organizado.

Lydia Medeiros

Lydia Medeiros

14/11/2025 12:00

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Depois de um encontro em Washington com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o chanceler Mauro Vieira anunciou um roteiro para se chegar a um entendimento sobre o futuro do comércio entre Brasil e Estados Unidos. Foi a terceira reunião que tiveram. Vieira saiu otimista e disse que há disposição para reconstruir a relação bilateral.

Em Belém, no comando da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago negocia para obter consensos entre mais de cem países representados na conferência ambiental. A lista de problemas é complexa, longa e detalhada, mas aos poucos está sendo resolvida.

Obter avanços no conflito tributário com os EUA e na agenda climática exige paciência, diálogo e, claro, muita diplomacia. Os resultados são obtidos passo a passo. A negociação também é a alma da política, mas os profissionais do Itamaraty estão se saindo muito melhor do que os congressistas.

O impasse criado em torno do projeto de lei para combater o crime organizado gerou - até aqui - quatro versões. Nenhuma delas foi resultado de acordo entre governo e oposição. Ao contrário. O deputado Guilherme Derrite deixou a Secretaria de Segurança de São Paulo certo de que, com apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta, sairia como o vitorioso relator de um projeto contra facções criminosas. Não foi bem assim.

Derrite e seus aliados não tinham tática consistente; quiseram mexer em temas espinhosos, como o terrorismo; esbarraram nos interesses consolidados de instituições, como a Polícia Federal, e preferiram afrontar o governo em vez de negociar. Nem mesmo os governadores da direita que pretendem se candidatar ao Planalto gostaram das versões do texto e ajudaram a melar o jogo de Derrite. O deputado teve que recuar.

Sucessos diplomáticos contrastam com a incapacidade da Câmara de construir consenso em torno do projeto sobre crime organizado.

Sucessos diplomáticos contrastam com a incapacidade da Câmara de construir consenso em torno do projeto sobre crime organizado.Luiza Novaes/MRE

Apesar disso, os governistas também naufragaram. Levaram uma rasteira de Hugo Motta com a escolha de Derrite para relator. O deputado é cotado para disputar o governo paulista, caso Tarcísio de Freitas decida concorrer ao Planalto e não à reeleição. Motta tem essa prerrogativa, mas o governo optou por colocar nas redes uma campanha em que acusou o outro lado de "furto com abuso de confiança", por ter entregue a um adversário uma proposta que o presidente Lula considera fundamental.

A violência é a maior preocupação para 38% dos brasileiros, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira - eram 30% há um mês. O governo se apressou em cumprir o roteiro usual e apresentar um projeto de lei para reagir à megaoperação contra o Comando Vermelho feita pela polícia do Rio que deixou 121 mortos. Mudanças legislativas nessa área podem ser necessárias, mas, como mostrou o circo criado na Câmara em torno da proposta, falta mesmo é um plano concreto.

Especialistas têm dito que enfrentar o crime organizado exige, antes de tudo, que as diversas instâncias policiais se entendam, conversem - negociem. É exatamente o que não ocorre na maioria dos casos. Quando acontece, dá certo, como mostrou a operação Carbono Oculto, que desvendou a atuação do PCC na área de combustíveis e com infiltração no sistema financeiro.

A diplomacia é uma atividade de Estado. O Congresso, claro, é a casa da política. Seria ingênuo supor que não fosse guiado pelo interesse eleitoral. Os profissionais da diplomacia estão negociando politicamente. Já os profissionais da política não estão conseguindo sequer negociar diplomaticamente.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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