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Tarifas

Tarifaço de Trump: Brasil precisa de menos retórica e polarização, e mais de equilíbrio e gestão

É hora de blindar a política externa e recuperar a imagem do Brasil no cenário internacional.

Paulo Serra

Paulo Serra

22/7/2025 17:00

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A sobreposição da polarização política sobre a boa gestão tem prejudicado a vida de nossa gente. Exemplo recente, em seu grau mais nocivo, é o episódio da imposição, por parte dos Estados Unidos, de tarifas de 50% aos produtos brasileiros, com justificativas políticas.

Diferentemente da maioria das reações que politizaram ainda mais o tema, prefiro racionalizar a análise com equilíbrio e propostas. Esta crise não é apenas fruto de uma decisão externa - ela é alimentada por narrativas extremadas que dominam a política nacional. De um lado, há quem veja perseguição e peça apoio internacional. De outro, há a ênfase em soberania e repúdio a qualquer influência externa.

A disputa interna transbordou para o campo diplomático e comercial, provocando insegurança, o que, ao meu ver, é grave. Isto porque, a segurança jurídica enfraquece e decisões econômicas passam a seguir a lógica eleitoral, não a lógica técnica. Resultado: exportadores perdem mercado, e o país perde divisas, investimentos e empregos; ao passo em que a imagem internacional se deteriora, e o Brasil é visto como instável e imprevisível.

Quem paga a conta? O cidadão comum, que sente o dólar mais caro, os preços dos produtos mais altos, e o emprego, a estabilidade e o poder de compra cada vez mais distantes.

Tarifa de Trump é grave, mas o erro também está na política doméstica brasileira.

Tarifa de Trump é grave, mas o erro também está na política doméstica brasileira.Molly Riley/Casa Branca

Se me permitem, há caminhos para sair desta crise. É possível, sim, reagir com equilíbrio e responsabilidade, por meio de medidas concretas, entre elas: reativar o diálogo do Brasil com os Estados Unidos. O Itamaraty precisa liderar uma diplomacia técnica, afastada de disputas ideológicas, buscando interlocução direta com lideranças norte-americanas.

Outra medida: acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) - o que reforça o compromisso com regras internacionais e ajuda a tirar o tema do campo político. Apostar em novos mercados é outro caminho para o país reduzir a dependência americana e abrir outras oportunidades. E, não menos importante: blindar a política externa da polarização. Afinal, a diplomacia deve ser política de Estado, não política de governo. Em suma: o Brasil precisa voltar a ser visto como parceiro confiável e previsível.

O tarifaço imposto pelos Estados Unidos é, ao meu juízo, uma reação desproporcional, mas também é reflexo da imagem fraturada que o Brasil tem projetado ao mundo, nos últimos tempos. Quando líderes políticos transformam o país num palco de confronto permanente, os efeitos extrapolam a política e atingem em cheio a economia, os empregos e a estabilidade nacional.

Por fim, sublinho: o Brasil precisa, urgentemente, blindar sua política externa das batalhas eleitorais internas. É hora de resgatar o profissionalismo diplomático, investir em previsibilidade institucional e reconstruir pontes com parceiros estratégicos. Mas também é hora de aprendermos uma lição: não se combate um tarifaço com trincheiras retóricas, nem com discursos inflamados e, muito menos, com o silêncio pragmático do "deixa como está".

Momentos como este se combate com planejamento, diálogo, unidade, visão de futuro e, acima de tudo, com gestão. Este é o caminho que proponho: mais gestão, menos polarização - uma urgência nacional.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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