Renda sobe 4,7%, mas não recupera nível de 2002

A taxa de desemprego ficou estável em janeiro (9,3%) em relação ao mesmo período do ano passado, mas o rendimento nas seis principais metrópoles do país manteve sua trajetória de recuperação e cresceu 4,7%.

Desde julho de 2005, o rendimento cresce sem interrupção quando comparado com o mesmo mês do ano anterior, informa a Folha de S. Paulo. Em dezembro, a alta havia sido de 4,5%, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. A renda média ficou em R$ 1.066,10 em janeiro, já descontada a inflação.

Apesar do crescimento por 19 meses seguidos, o rendimento ainda não voltou aos níveis do período anterior à crise pré-eleitoral de 2002 que levou o dólar a bater em R$ 4 e arrastou a economia a uma recessão que perdurou em 2003, observa o repórter Pedro Soares.

Na média de 2002, a renda ficou em R$ 1.127,53. Em 2003, caiu 12,2% e até agora não se recompôs. "O que vimos até agora foi só uma recuperação da renda. Não houve um ganho de fato, um avanço real. Mas em 2007 vamos voltar para os níveis de 2002 porque a renda deve continuar a crescer", disse Marcelo de Ávila, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Se a recuperação em relação a 2006 continua, na comparação com dezembro do ano passado a renda teve um tropeço: caiu 1,1%, depois de três meses seguidos de crescimento. A queda, que já era esperada, é creditada à demissão dos trabalhadores temporários contratados para o fim de ano.

O IBGE calculou ainda a renda domiciliar per capita, indicador do poder de compra das famílias, obtida a partir da soma dos rendimentos dos trabalhadores dividida pelo número de pessoas do lar. No mês passado, houve uma expansão de 5,9% na comparação com janeiro de 2006.

O número de desempregados nas seis regiões pesquisadas passou de 1,89 milhão de pessoas no último mês do ano passado para 2,09 milhões em janeiro deste ano. Houve aumento também, de 2,8%, em relação a janeiro do ano passado.