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Segredo guardado a sete chaves

Congresso em Foco

21/11/2006 | Atualizado às 19:07

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Soraia Costa

A reeleição do presidente Lula fez com que figuras de passados tão variados como o industrial Jorge Gerdau, o jurista Sepúlveda Pertence, a ex-prefeita Marta Suplicy, a senadora Roseana Sarney e o deputado Delfim Netto passassem a ter algo em comum: a indicação de seus nomes na lista dos mais cotados para compor o novo ministério. A inclusão dos cinco na relação dos favoritos é a única certeza de uma história recheada de incertezas (veja como está a bolsa de apostas).

Embora muito se especule, ninguém sabe quando os nomes serão anunciados e, muito menos, quem serão os novos ministros. Isso porque, ao contrário do que fez em 2002, quando reuniu representantes dos partidos aliados para receber sugestões de ministeriáveis, desta vez Lula centralizou o processo de decisão e dá sinais de que escolherá os integrantes de sua nova equipe sozinho.

"Deixa o homem indicar"

Reeleito com o slogan "deixa o homem trabalhar", Lula tenta convencer os aliados de que a ordem agora é, em outras palavras, "deixa o homem indicar". Aos mais afoitos, inclusive os petistas, o presidente tem repetido que não tem pressa para escalar o novo time.

Antes de confirmar a equipe, quer definir prioridades de governo e ter noção do tamanho da cobertura que cada partido lhe dará no Congresso. Essa preocupação, aliás, é o pano de fundo do encontro que Lula terá hoje com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), principal opositor à migração da maior bancada do novo Congresso para a base governista.

Amigo de Lula há quase três décadas, o deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), vice-líder do governo na Câmara, considera impossível dizer hoje quais serão os futuros ministros. "O presidente está muito trancado. Ele ainda não falou em nomes, até porque não sabe com quem poderá contar. Como ele pode definir nome se ainda não está definida a participação do PMDB no governo?", questiona Sigmaringa.

Base ampliada

Além do apoio do PT e do PMDB, Lula espera contar com os votos de outros oito partidos na Câmara e no Senado em 2007: PCdoB, PSB, PDT, PTB, PV, PP, PRB e PR (resultado da fusão entre PL e Prona). Representantes do PSB, aliado de primeira hora, e dos oposicionistas PDT e PV já foram convidados para reuniões com Lula, mas ainda não há data marcada para os encontros.

Só depois de se reunir com os representantes desses partidos e com eles firmar compromissos de apoio às reformas pretendidas para o próximo mandato, é que Lula começará a montar seu ministério, diz a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).

"Nessas primeiras semanas após a eleição, o presidente optou prioritariamente por melhorar suas propostas. Ele tem se dedicado a isso conversando com economistas, empresários, educadores", afirma a senadora.

"Senhor da hora"

Segundo Ideli, o presidente já deixou claro que não tem pressa para definir a equipe, pois, diferentemente de 2002, a posse agora será uma mera formalidade e, por isso, não há a obrigatoriedade de se definir a composição dos ministérios antes da cerimônia.

"Lula é o senhor da hora. Acredito que ele não vai fazer mudanças provisórias", defende a senadora. "A imprensa toda está muito preocupada com nomes e essa é a última preocupação do presidente. Ele quer esmiuçar o que será feito nos próximos quatro anos e estabelecer compromissos para saber com quem poderá contar", completa.

O discurso da senadora - que na semana passada causou constrangimento ao Planalto ao reivindicar para o PT a liderança do governo no Senado, recentemente entregue ao PMDB - coincide com o do deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE). "O tempo é do presidente. Ele é quem vai decidir quando e com quem vai falar. Nessa questão, Lula é o senhor do tempo", diz o deputado, pré-candidato à presidência da Câmara e ex-ministro das Comunicações de Lula.

"Agora é uma situação completamente diferente, pois, em 2002, os partidos sugeriram nomes e desta vez o presidente é quem definirá. Ele está à frente das negociações", faz coro ao peemedebista o presidente do PSB, Roberto Amaral.

O ex-ministro da Ciência e Tecnologia de Lula garante, no entanto, que o seu partido não discutirá cargos e ministérios antes da conversa com o presidente, que deverá acontecer no início de dezembro. "Não estamos reivindicando números e ministérios. O importante para nós é ter um governo de coalizão no qual o PSB faça parte do eixo de sustentação".

Menos PT

Em reunião com representantes da cúpula do PT, na semana passada, Lula deu sinais de que resistirá às pressões do partido para aumentar sua participação no novo governo e que, diferentemente de quatro anos atrás, priorizará agora a ampliação de sua base no Congresso.

Para Sigmaringa Seixas, é importante que o PT deixe Lula decidir os cargos do novo governo sem fazer pressão. "O presidente da República tem liberdade e todas as condições para exercer o segundo mandato. Acho que o partido deve deixar Lula decidir e não fazer nenhum tipo de pressão. Até porque o PT já tem a presidência da República, não pode discutir participação em ministério", argumentou. O petista ressaltou, ainda, que apesar do partido ter nomes fortes, é importante compreender que o presidente precisa fazer escolhas que favoreçam a governabilidade.

Mas desejo pela ampliação do espaço na Esplanada dos Ministérios não é exclusividade do PT. O PTB, que indicou o atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, também adota o discurso da cautela, não disfarça o interesse por novos cargos.

"É evidente que o PTB quer ter participação maior e acho que o partido tem bons nomes. Mas já colocamos na primeira reunião com o presidente que ele escolhesse quem lhe convier", diz o vice-líder do PTB na Câmara, Nelson Marquezelli (SP). "Mesmo sem cargos vamos participar para apoiar as reformas", garante o deputado. 

Disputa no Congresso
 
A formação do novo ministério, assim como a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado, terá implicações diretas nos resultados do próximo governo. O PT não conseguiu alcançar a maioria nem na Câmara nem no Senado e precisará do apoio dos demais partidos para aprovar as reformas constitucionais pretendidas pelo presidente.

A principal aliança do governo está sendo costurada com o PMDB que saiu fortalecido das eleições, ao fazer a maior bancada na Câmara e a segunda no Senado. Mas, com o tradicional troca-troca às vésperas da posse, os peemedebistas ainda esperam superar o PFL em número de senadores e já reivindicam a prerrogativa de comandar as duas Casas.

Apesar de ele ainda não ter se pronunciado oficialmente sobre o assunto, especula-se que Lula manifestará seu apoio à reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), na Câmara, e Renan Calheiros (PMDB-AL), no Senado.

"O presidente Lula não comunicou a ninguém na Câmara que seu candidato é A ou B. Somos aliados e não queremos criar dificuldades, mas quem faz a maior bancada na Câmara tem direito à presidência", afirma Eunício Oliveira, que se apresenta como um dos nomes para a sucessão de Aldo.

Para a senadora Ideli Salvatti, o direito reivindicado pelo PMDB é legítimo. Mas o partido não poderá mais lutar por cargos relevantes no Executivo se assumir a presidência das duas Casas. "É claro que a escolha da presidência da Câmara e do Senado cabe ao Legislativo, mas se o PMDB tiver as duas, não tem como querer um monte de ministérios", afirma.

De volta à base

O convite para participar do governo ainda divide dois partidos que, tradicionalmente, marcharam ao lado do PT e romperam com Lula ainda no início do primeiro governo: o PDT e o PV.

"Nossos dirigentes já foram convidados pelo presidente Lula, mas ainda estamos na expectativa do que será apresentado. Depois iremos reunir o Diretório Nacional para decidir se o partido integrará ou não o governo", diz o deputado Alceu Collares (PDT-RS).

Segundo ele, o apoio do partido dependerá mais da proposta de governo a ser apresentada por Lula do que da distribuição de cargos para a legenda. "Durante o segundo turno apresentamos aos candidatos Lula e Alckmin uma carta de compromissos com o trabalhismo. Nossa decisão dependerá se Lula vai assumir os propósitos defendidos pelo partido", garante Collares. Entre as exigências do partido está o respeito aos sindicatos e o cumprimento e ampliação da legislação trabalhista.

Já o PV tem sinalizado o seu retorno à base governista. Uma mudança que não agrada nem um pouco ao deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), principal referência da legenda. Gabeira descarta qualquer possibilidade de deixar o partido, mas garante que não acatará as decisões tomadas única e exclusivamente para beneficiar o governo.

"Acho que é natural conversar e sou totalmente a favor do diálogo seja com aliados, seja com inimigos, mas sou contrário à coalizão e defendo a posição de que se discuta cada caso", explica o deputado.

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