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Congresso em Foco
10/11/2006 | Atualizado às 6:25
O presidente Lula disse ontem que não enfrenta "nenhuma dificuldade" para escolher os novos ministros que vão integrar o governo durante o seu segundo mandato. Em rápida entrevista no Itamaraty, ele sinalizou que deve manter Guido Mantega no Ministério da Fazenda e Henrique Meirelles à frente do Banco Central.
"Não tenho motivo para mexer. Mexer por quê? Para mim está bom" , disse Lula a jornalistas", disse ele.
Lula almoçou ontem com o presidente do Peru, Alan García. O presidente declarou que não tem pressa para compor o primeiro escalão de seu segundo governo.
"Não existe nenhuma complicação. Se eu tive complicação para formar o governo, foi no primeiro mandato. No segundo mandato eu já tenho o governo formado, o que ganhou as eleições. Eu não estou preocupado em montar o governo, temos até o dia 31 de dezembro".
Lula também declarou que conversará com "todas as bancadas de partidos aliados" antes de definir o novo ministério. "Eu quero explicar para eles que tipo de governo que eu quero fazer, como a coisa vai funcionar. A partir daí eu começarei a pensar se vou mudar. E se for mudar, quem eu vou mudar e quando eu vou mudar", afirmou.
O presidente afirmou que pretende, este ano, "desobstruir" áreas do governo antes de escolher os nomes para o próximo ministério. "Isso é para que a gente possa dar um salto de qualidade. E somente depois que eu fizer essas coisas, é que vou começar a pensar no governo que vou fazer no próximo ano", afirmou.
Lula declarou que não tem nenhuma pretensão de se tornar a principal liderança da América do Sul nos próximos quatro anos. Ao lado do presidente do Peru, o presidente brasileiro criticou os chefes de Estado que se "auto-indicam" lideranças políticas. "Ninguém se auto-indica liderança de coisa alguma. Os que tentaram se auto-indicar fracassaram", disse.
Segundo Lula, a América do Sul não precisa de um líder político, mas da "compreensão coletiva de que não existe saída individual" para o continente no atual contexto do mundo globalizado. "Precisamos juntar nossas experiências, tirar proveito das similaridades de cada país. É isso que vai permitir que não precisemos de um líder, mas de um coletivo que pense com o mesmo objetivo".
O presidente do Peru defendeu que Lula liderasse o continente no cenário político mundial. "Tome o senhor a liderança da integração americana", disse García.
"Abacaxi"
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que ainda não conversou com o presidente Lula sobre sua possível permanência à frente da economia. Mantega foi questionado se haveria interesse em permanecer no cargo, e respondeu que a incumbência de ser o ministro da Fazenda pode ter várias interpretações. "Se vai se livrar do abacaxi, então está contente", declarou.
Informado de que há interesse de outras pessoas para o cargo, o ministro disse que algumas pessoas gostam de "abacaxi". "Existe abacaxi doce e amargo", afirmou, num acesso de riso. "O presidente é quem vai anunciar e quem vai dizer. Só ele sabe", acrescentou Mantega.
Em relação à possibilidade de mudanças na diretoria do Banco Central, o ministro também afirmou não ter conversado com o presidente Lula. "O BC tem autonomia e está subordinado ao presidente. Não está mais subordinado ao Ministério da Fazenda", afirmou.
Walfrido: "Sou um soldado do presidente"
O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia (PTB), confirmou ontem que o PTB vai apoiar "integralmente" o segundo mandato do presidente Lula. Walfrido disse que não foi sondado pelo presidente para permanecer no governo, e se declarou um "soldado" de Lula.
"Sou soldado do presidente, precisando estou aqui para colaborar. Quem não aceitaria um convite para trabalhar com o presidente Lula?", declarou. O petebista disse que, apesar de o presidente do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, ter se posicionado contra o apoio ao governo, Jefferson autorizou o deputado José Múcio (PTB-PE), líder do partido na Câmara, a negociar em nome da legenda.
Walfrido afirmou que Múcio é um dos nomes "cotados" dentro do partido para assumir um ministério no segundo mandato do presidente Lula. No entanto, o ministro declarou que nenhum ministro ou partido aliado cobra pressa do presidente. "Daqui a um mês saberemos os nossos substitutos. O que temos que fazer é cooperar para que o presidente faça um bom segundo mandato", concluiu.
"PT tem que parar de forçar uma crise", diz Viana
Após encontro com o presidente Lula e o governador eleito do Acre, Binho Marques (PT), o governador Jorge Viana (PT) defendeu que o partido não pressione o presidente por espaço no próximo governo. Jorge Viana, que é cotado para ocupar um ministério no próximo mandato, afirmou que o PT "tem que parar de forçar uma crise" e que quem deve fazer avaliações "são os perdedores".
"O PT tem que parar de forçar uma crise; quem ganhou, e nós ganhamos, tem que comemorar. O partido tem que fazer as discussões internas somente no segundo semestre do ano que vem, com o governo montado. Quem tem que fazer avaliação e evitar crises são os perdedores", afirmou
O governador petista reafirmou a declaração do presidente Lula de que o PT tem o cargo mais importante no governo: a Presidência da República. "O PT tem o melhor espaço possível que é o presidente da República. Quem tem esse cargo não precisa de outro. O PT saiu melhor do que se imaginava nas eleições e tem que aproveitar esse momento para comemorar", disse.
PT discute presidência do partido e da Câmara
Durante a reunião da bancada do PT ontem na Câmara dos Deputados, começaram a ser definidos os primeiros rumos do partido depois das eleições. Uma das questões levantadas foi a indefinição sobre a presidência da legenda desde o afastamento do deputado Ricardo Berzoini (SP) motivado pelo escândalo do dossiê Vedoin. Um dos deputados que esteve na reunião revelou ao Congresso em Foco a preocupação do líder da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), sobre o tema.
O líder defendeu uma atitude rápida para o caso, já que o presidente em exercício, Marco Aurélio Garcia, não teria as condições ideais de defender os interesses das bancadas do PT na Câmara e no Senado junto ao Executivo, e nas tomadas de decisões do presidente Lula. Chinaglia não quis entrar nos erros do passado, mas disse que a direção partidária deveria assumir parte da culpa pelos escândalos relacionados com petistas e avaliações políticas erradas do primeiro mandato.
Entre as decisões da reunião, a principal delas é o pedido de uma audiência entre um núcleo formado por parlamentares e o presidente Lula antes do final deste ano. "A prerrogativa é dele. Ele tomou a decisão e deverá saber o momento de voltar", declarou Marco Aurélio Garcia ao sair da reunião se referindo a Berzoini.
Chinaglia esquivou-se do assunto. Disse apenas que o tema não foi tratado. Com relação a um possível encolhimento petista para dar espaço aos aliados políticos no novo ministério, o líder da Câmara ponderou que o presidente Lula terá discernimento para dialogar com o partido."Temos convicção de que o PT faz bem para o país e, portanto, faz bem para o governo", disse Chinaglia.
Ao sair da reunião, Berzoini fez questão de mostrar força e que está voltando ao seu lugar no partido. Ele revelou que esteve ontem (9) pela manhã com o presidente da República."Tratamos do futuro do Brasil e do partido, mais do que isso não cabe revelar", declarou. Segundo Berzoini, mesmo depois das eleições, ainda existe uma disputa política em jogo para discutir o futuro do novo governo.
O PT, disse o deputado paulista, não deve ter ansiedade por espaços no novo governo, mas não pode desprezar sua capacidade de intervenção no processo político e nas decisões do Executivo.
Em outra frente, deputados de várias correntes internas defenderam o lançamento de um candidato próprio para a eleição da Câmara, principalmente se o PMDB continuar no comando do Senado com a reeleição do atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL). "O PT reivindicar a presidência da Câmara é legítimo. Não é bom um mesmo partido comandar as duas casas", disse o deputado Marco Maia (RS), integrante do Campo Majoritário.
O petista gaúcho disse que parlamentares novos e antigos defenderam a mesma posição. Como um partido de esquerda, disse o deputado Wasny de Roure (DF), o PT não deveria defender projeto de reeleição propondo a continuidade do mandato do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCDB-SP). "A gente não tem que abrir mão da Câmara se o PMDB continuar no Senado", argumentou o parlamentar do Distrito Federal.
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