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Congresso em Foco
14/5/2006 | Atualizado 15/5/2006 às 6:36
Um dia após o encontro nacional do PMDB decidir que o partido não deve ter candidato próprio à sucessão do presidente Lula, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse ontem que procurará a legenda para tentar uma "coligação política" com o PT ainda no primeiro turno das eleições.
"Se não houver a coligação formal, que reconheço ser difícil, podemos fazer uma "coligação política", que pode ser até firmada em um documento, com compromisso em relação à montagem e participação no governo", disse.
Por 351 votos a 303, os governistas conseguiram derrubar a tese da candidatura própria na convenção nacional realizada no último sábado em Brasília. Um voto foi nulo e dois, em branco.
Mas a polêmica sobre o assunto ainda não acabou naquele é o mais dividido e imprevisível dos grandes partidos políticos brasileiros. Segundo o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), a decisão legal será tomada na convenção nacional do dia 11 de junho, de acordo com a legislação eleitoral. O senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, discorda: "Se o partido não quer candidato, não há motivos para convenção".
Ao sair da convenção, Renan se mostrava satisfeito por ter conseguido vencer o grupo ligado ao ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Durante a convenção, os dois trocaram críticas pela imprensa. Para Renan, o ex-governador fluminense não teria condições de disputar a sucessão presidencial. "Garotinho que não come não cresce", disse. Em resposta, Garotinho acusou o Renan e o também senador José Sarney (AP) de tentarem escrever a história do partido "com a caneta das negociatas".
O grupo de Garotinho obteve liminar na Justiça suspendendo os efeitos do encontro realizado hoje pelo partido. Mas, nos meios políticos, há consenso de que a tese da candidatura própria do PMDB naufragou.
Esse desfecho deixa o partido livre para fechar alianças nos estados, ao sabor tanto dos interesses regionais quanto da divisão entre governistas e oposicionistas. Assim, os primeiros ficarão liberados para apoiar a reeleição de Lula, enquanto os últimos devem se dividir entre o apoio a Geraldo Alckmin do PSDB (caso do governador pernambucano Jarbas Vasconcellos) e a Heloísa Helena do Psol (possibilidade aventada por apoiadores de Garotinho).
Ao mesmo tempo, o PMDB se poupa do desgaste de carregar um candidato atingido por diversas denúncias de irregularidades. Garotinho ficou 11 dias em greve de fome em protesto contra acusações publicadas pela imprensa, que incluíram o uso de recursos ilícitos em sua pré-campanha presidencial. Interrompeu a greve na última quinta-feira depois de obter na Justiça direito de resposta no jornal O Globo e na revista Veja. Na sexta-feira (12), os dois veículos conseguiram suspender a liminar que os obrigava a publicar a versão de Garotinho.
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