Um dos sócios de Marcos Valério na SMPB Comunicação, Ramon Cardoso, confirmou esta sexta-feira (13) que a empresa repassou R$ 9 milhões para a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998. Ele foi ouvido há pouco na Polícia Federal, em Belo Horizonte, pelos delegados Praxíteles Praxedes e Pedro Ribeiro, que são de Brasília.
O depoimento durou cerca de uma hora e meia. Na saída, o advogado de Ramon afirmou que os delegados queriam saber quanto a SMPB repassou para a campanha do PSDB mineiro em 1998. Segundo o advogado, o sócio de Valério confirmou que, naquela época, a agência de publicidade fez um empréstimo de R$ 9 milhões para o comitê de Azeredo, hoje senador pelo estado.
Segundo os delegados, o depoimento dele não trouxe novidades. A polícia quer saber sobre um documento que teria os nomes de supostas fontes e supostos destinatários de dinheiro durante a campanha de Azeredo.
"Ele continua com a versão de que o documento foi forjado, que ele não confeccionou documento, apesar de dizer que a assinatura no documento é dele", disse Praxedes.
A PF deve intimar outras pessoas ligadas ao caso, entre elas o próprio senador, que pela Constituição tem direito a escolher o local e data do depoimento. Além do empresário Ramon Cardoso, outras sete pessoas foram ouvidas em Belo Horizonte.
Nesta quinta-feira, o ex-presidente da Copasa Rui Lage confirmou o patrocínio de um evento esportivo, mas, negou que o dinheiro tivesse sido usado como caixa dois na campanha de Eduardo Azeredo ao governo do estado. O outro depoimento foi do tesoureiro da campanha de Azeredo, Cláudio Mourão. Ele foi ouvido por quase três horas e, na saída, não quis falar com a imprensa.