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Congresso em Foco
28/3/2009 14:57
Fábio Góis
Dez pessoas presas durante a Operação Castelo de Areia, que investiga a construtora Camargo Corrêa, receberam hoje (28) determinação de soltura por meio de habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo). Entre os beneficiados estão quatro diretores, duas secretárias e quatro doleiros que, segundo a Polícia Federal, executavam esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior.
Os quatro diretores da empresa detidos na carceragem da PF em São Paulo são: Fernando Dias Gomes, da auditoria; Dárcio Brunato, da controladoria; Raggi Badra Neto, da divisão de obras públicas; além de Pietro Bianchi, que exerce cargo de consultor. A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
A ordem de soltura foi decisão da desembargadora Cecília Mello, de acordo com o tribunal. Os dez beneficiados com o habeas corpus foram presos na última quarta-feira (25) sob acusação de participação em atividade financeira fraudulenta e crime eleitoral. Segundo a PF, o envio de dinheiro ao exterior era operado por meio de um complexo e sofisticado esquema de transferências bancárias e operações de câmbio, em que a atuação dos doleiros era determinante.
Ontem (27), a PF abriu inquérito em que indicia o diretor Raggi Badra Neto e a secretária Darcy Flores, que vão responder por evasão de divisas, lavagem de dinheiro e operação ilícita de câmbio. Hoje, os demais acusados deixam a cadeia também indiciados pelos crimes.
Por meio de nota, a Camargo Corrêa se disse "perplexa" com as denúncias, mas que vai cooperar com as investigações e demonstrará a regularidade de suas atividades. A defesa da empresa será feita pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que disse ter "amigos" entre os diretores.
"Acho que não houve crime. Isso só será decidido ao final, depois que a defesa tiver a oportunidade de dar sua versão. Tanto em relação a crimes financeiros quanto a crimes eleitorais, temos uma convicção muito forte de que não existem esses crimes", disse Bastos, ao justificar a defesa.
Em relação aos supostos crimes eleitorais, a PF aponta fraudes no repasse de verba, a título de recurso de campanha eleitoral, que alimentaria o caixa de seis partidos: PSDB, DEM, PPS, PSB, PDT e PP, em valores que oscilariam entre R$ 200 mil e R$ 2 milhões.
Durante a semana, líderes das legendas citadas nas investigações se esforçaram em apresentar documentos que demonstrariam a situação de legalidade junto ao Tribunal Superior Eleitoral.
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