O senador Aloizio Mercadante (PT), candidato derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, admitiu ontem (13) ter se encontrado com Osvaldo Bargas, um dos coordenadores da campanha de Lula, e com o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Antonio Veloso 10 dias antes da prisão de pessoas ligadas ao PT que tentavam comprar um dossiê contra o governador paulista eleito, José Serra (PSDB). Os dois são suspeitos de envolvimento na operação para aquisição do material.Mercadante afirmou que foi procurado pelos dois no gabinete em Brasília no dia 4 de setembro (véspera do depoimento de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, cabeça da máfia das ambulâncias, ao Conselho de Ética do Senado). Ambos aconselharam o senador a tentar vincular a imagem de Serra ao esquema dos sanguessugas. No entanto, o parlamentar negou que, em qualquer momento da conversa, tivesse sido citado o dossiê."O senador não aceitou e pediu aos senadores do PT que não utilizassem o conselho para uso eleitoral, o que foi plenamente atendido. E comunicou aos dois que não utilizaria esse tipo de procedimento na disputa eleitoral", diz nota encaminhada pela assessoria do petista.O petista também ressaltou que não comunicou o fato ao presidente Lula nem ao presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini. "Até aquele momento não havia nenhuma declaração dos Vedoin contra José Serra", afirma o texto. (Renaro Cardozo)