Em depoimento iniciado há pouco no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o deputado José Mentor afirmou que não recebeu nenhum tipo de vantagem indevida durante seu mandato. O deputado paulista é acusado de receber R$ 120 mil do caixa dois do PT por intermédio do empresário Marcos Valério.
No depoimento, Mentor voltou a afirmar que seu escritório de advocacia - José Mentor, Perera Mello e Souza Advogados Associados - foi contratado em março de 2004 pelo advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério na empresa 2S Participações, para elaboração de estudos. Mentor informou que, na época em que foi identificado o pagamento de R$ 60 mil, já havia sido dada a explicação de que não era um, mas dois pagamentos de R$ 60 mil recebidos por trabalhos profissionais prestados pelo escritório.
De acordo com o parlamentar, o primeiro cheque foi sacado do banco Itaú, da conta pessoal do advogado Tolentino, entre abril e maio de 2004. O segundo, da 2S Participações, teria sido repassado a ele pelo próprio Tolentino. "Esses cheques foram depositados não na minha conta pessoal, mas na conta da pessoa jurídica do escritório", alegou. José Mentor também afirmou que os pagamentos foram contabilizados, e os impostos, devidamente recolhidos.
Em relação a Marcos Valério, Mentor disse que o conheceu em outubro de 2003, quando articulava a campanha política de 2004, no interior de São Paulo. "Quem era Marcos Valério em outubro de 2003? Um publicitário que trabalharia na campanha de 2004. Foi assim que o conheci".