O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado se reúne a partir das 10h para votar o parecer do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que arquiva o processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Dado como certo até o início da noite de ontem, o arquivamento pode ser rejeitado pelos conselheiros (leia mais).
Os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Jefferson Péres (PDT-AM) anunciaram a intenção de apresentar voto em separado, pedindo o aprofundamento das investigações. A situação de Renan se complicou ontem à noite com a exibição de uma reportagem no Jornal Nacional que desmonta a defesa apresentada até então pelo senador (leia mais).
Segundo o repórter Carlos de Lannoy, Renan apresentou notas frias ao Conselho de Ética para comprovar que teve ganhos de R$ 1,9 milhão com a venda de gado no últimos quatro anos. Em Alagoas, pessoas apontadas como compradoras do gado do senador disseram que jamais tiveram qualquer contato com o presidente do Senado.
A venda de gado de suas fazendas é o principal argumento usado pelo peemedebista para afirmar que não utilizou dinheiro de uma empreiteira para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
A oposição vai pedir o adiamento da votação do relatório que propõe a absolvição de Renan e uma perícia sobre os documentos apresentados como defesa pelo senador. "A matéria só reforça a tese do DEM do voto em separado e de que é preciso haver perícia dos documentos. Deve haver uma investigação sem uma absolvição sumária", afirmou o senador Demóstenes. (Edson Sardinha)