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Explicações de Renan são uma farsa

Congresso em Foco

14/6/2007 | Atualizado às 22:09

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Sylvio Costa


O Senado pode até arquivar o processo aberto no Conselho de Ética contra o seu presidente, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em reunião marcada para esta sexta-feira (15). Mas agora está claro que a defesa apresentada por Renan para justificar seus elevados pagamentos pessoais – sobretudo à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha – não é apenas incrível ou cheia de estranhas coincidências, como a impossibilidade de comprová-la em razão dos precários controles de registro animal em Alagoas, conforme havia demonstrado o Congresso em Foco (leia mais). Ela tem forma, cor e tom de absoluta farsa.

É o que acaba de demonstrar reportagem do jornalista Carlos de Lannoy, que foi ao ar no Jornal Nacional (veja o vídeo). Renan alega que cria 1,7 mil cabeças de gado em suas fazendas. E delas saiu a imensa boiada (1.902 cabeças) que o senador afirma ter vendido por R$ 1,9 milhão entre 2003 e 2006. Ouvido por Lannoy, o gerente das fazendas, Everaldo de Lima Silva, desmentiu o patrão. Disse que o rebanho de Renan não tem mais do que 1,1 mil cabeças.

A TV Globo também teve acesso aos cheques, extratos bancários e dezenas de recibos entregues por Renan ao Conselho de Ética com o objetivo de comprovar a origem dos recursos utilizados para o pagamento da pensão a Mônica Veloso. Em várias situações, a reportagem do Jornal Nacional deparou com informações ou situações que reduzem a pó a versão do senador.

Pelo menos duas empresas indicadas por Renan como compradoras do gado, de acordo com o cadastro da Secretaria da Fazenda de Alagoas, foram multadas por extravio de notas fiscais.

Carlos de Lannoy entrevistou o sócio-gerente de uma delas, a Carnal Carnes de Alagoas Ltda., hoje inativa. Renan diz que vendeu um total de R$ 127 mil para a empresa. João Teixeira dos Santos, 82 anos, modesto morador do bairro de Rio Novo, na periferia de Maceió, conta que nunca deu cheque nem comprou animais do senador alagoano.

A “Operação Uruguai” de Renan

Renan também informou ao Conselho de Ética que vendeu R$ 164 mil à empresa GF da Silva Costa, igualmente localizada em Rio Novo. No endereço, porém, ninguém conhece o suposto proprietário da firma, Genildo Ferreira, cujo CPF consta como suspenso na Receita Federal. O repórter foi até a “sede” da empresa, onde fica uma casa, alugada para Givanete Maria da Silva. Residindo no local há três anos, Givanete garante que nunca funcionou ali qualquer negócio relacionado com o ramo de carnes. "Aqui nesta casa, não", assegurou a locatária diante da câmera da Globo.

Na verdade, revelou a reportagem, a empresa está inativa e foi multada em R$ 680 mil por extravio de notas fiscais. Mais: a defesa de Renan inclui cinco recibos da empresa com data posterior ao fechamento da firma.

De acordo com o senador, o maior comprador de sua produção pecuária foi o açougue São Jorge, em Benedito Bentes, que emitia recibos em nome da MW Ricardo da Rocha. A empresa, segundo Renan, comprou dele R$ 429 mil. Mas declarou no ano passado um faturamento de apenas R$ 23 mil.

Procurado pelo Jornal Nacional, Renan Calheiros se recusou a gravar entrevista. Por telefone, reafirmou a legalidade de seus negócios pecuários e acrescentou que eles foram fechados pelo veterinário Gualter Peixoto. Renan também contestou as afirmações feitas pelo gerente de suas fazendas, dizendo que ele não tem noção do tamanho do seu rebanho.

A até então desconhecida faceta empresarial do presidente do Senado só se tornou pública depois que ele apresentou seus negócios rurais como a fonte dos recursos pagos a Mônica Veloso. Em síntese, o senador diz que ganhava muito dinheiro em vendas de gado; o produto dessas transações era repassado para suas contas bancárias; e delas era sacado para ser entregue, em espécie, à mãe de sua filha. Como revelou o repórter Policarpo Junior, da revista Veja, os pagamentos eram feitos por Claudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Junior.

Renan diz que Gontijo agiu apenas como amigo, repassando o dinheiro que o senador lhe entregava. Não explica, porém, por que não optou pelo caminho mais simples – e bem mais discreto – da mera transferência bancária.

Empenhado em provar que possuía capacidade financeira para fazer os pagamentos, Renan colocou em cena uma história que, em alguns aspectos, traz à lembrança a famosa Operação Uruguai, montada em 1992 por amigos do então presidente Fernando Collor para tentar mantê-lo no cargo. A operação era uma farsa completa. No caso de Renan, há algumas verdades, como o fato de ele possuir fazendas e atuar no ramo agropecuário. Mas, tanto em um caso quanto em outro, as contradições e inverdades transformam o conjunto do enredo em conto de carochinha. Do tipo acredite, se quiser.

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