Em entrevista hoje ao jornal Valor Econômico, o senador José Sarney (PMDB-AP) disse que não há chances de o PMDB ter candidatura própria à presidência da República em outubro 2006. "Nenhuma. Com a verticalização, é impossível que o partido tenha candidato próprio, porque isso inviabilizaria as suas composições estaduais, onde o PMDB realmente é forte", afirmou o ex-presidente à jornalista Raquel Ulhôa.
Para Sarney, "se o partido não teve um candidato próprio, é porque não temos um candidato preparado, em condições de ser competitivo nessas eleições. O objetivo do PMDB deve ser se fortificar para que, na próxima eleição - que será sem reeleição - prepare um candidato competitivo".
Um dos principais caciques da ala governista do PMDB, Sarney declarou, sobre o PT, que é um partido "meio casmurro". "(O PT) fica muito fechado, não gosta muito de se relacionar. Isso é estilo. Hoje, a parte do PMDB que apóia o Lula faz isso por causa dele e não por causa do PT", declarou, ao salientar que o partido vai compor nos estados com diferentes partidos, embora ele acredite que "Lula vai ter 80%" de apoio.
Sarney disse ainda que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, escolhido recentemente numa consulta candidato do partido candidato a presidente, "está começando a vida dentro do PMDB". "É, de certo modo, uma aprendizagem, porque o Garotinho tem uma vivência com partidos pequenos, onde realmente as coisas eram resolvidas pela cúpula. O PMDB é um partido muito grande, de muitas lideranças, de muita tradição. Ninguém consegue controlar o PMDB."