Candidatos à Presidência da República deram ontem as opiniões sobre o seqüestro do jornalista Guilherme Portanova, da Rede Globo. Para o tucano Geraldo Alckmin, a ação teve "características de atentado político", já o senador Cristovam Buarque (PDT) afirmou ser o ato a confirmação de que o Brasil está enfrentando uma verdadeira guerra civil e, por fim, a senadora Heloísa Helena (Psol) disse que isso prova o quanto todos os brasileiros estão inseguros.
Quando foi entrevistado, Alckmin não quis revelar detalhes da tese de "atentado político", já que o caso ainda não tinha sido resolvido. "Vamos aguardar umas horas. Não quero prejudicar com colocações de natureza política", disse. O jornalista Portanova foi libertado na madrugada de hoje à meia-noite e meia.
Quanto ao candidato do PDT, Cristovam afirmou que se o país não tomar logo a segurança pública como uma prioridade, em breve perderá todo o controle sobre a situação. "O que aconteceu é a confirmação do que venho falando. Não são mais batedores de carteira na esquina, é um problema de guerrilha. É a volta do que acontecia na ditadura, só que a guerrilha seqüestrava embaixadores, em vez de jornalistas. Na Colômbia aconteceu o mesmo. Eram grupos ideológicos e agora, de bandidos", ressaltou.
Na opinião da senadora, "todos nós podemos ser alvo da violência". "E o PT e o PSDB ainda ficam em uma disputa demagógica, inconseqüente e eleitoreira sobre a violência. Cabe ao presidente fazer um novo pacto federativo sobre segurança e sobre o sistema prisional, de curto prazo, sem discussões políticas", enfatizou.