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8 de janeiro

"Não sabia do valor", diz pichadora de estátua no STF. Veja carta

STF tornou pública carta de Débora Rodrigues dos Santos, presa em ataques de 8 de janeiro conhecida por ter escrito "Perdeu, mané" na Estátua da Justiça.

Congresso em Foco

27/3/2025 13:02

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Conhecida por ter escrito a mensagem "perdeu, mané" na Estátua da Justiça durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos escreveu, em outubro de 2024, uma carta endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual pede perdão pelo ato cometido em Brasília. O conteúdo do documento foi tornado público na última quarta-feira (26), por decisão do próprio magistrado.

Na carta manuscrita, a ré afirma ter ido à capital federal acreditando em uma manifestação pacífica. "Sou uma cidadã comum e simples, sempre mantive minha conduta ilibada, jamais compactuei com atitudes violentas ou ilícitas", escreveu. Débora admite o ato de vandalismo, mas diz que não agiu de forma premeditada. "No calor do momento cheguei a cometer aquele ato tão desprezível (pichar a estátua). Posso assegurar que não foi nada premeditado, tudo foi no calor do momento, sem raciocinar".

Débora afirma que não teria pichado a estátua se soubesse do seu valor, estimado em R$ 2 milhões.

Débora afirma que não teria pichado a estátua se soubesse do seu valor, estimado em R$ 2 milhões.Gabriela Biló /Folhapress

Na tentativa de explicar sua motivação, ela diz que um desconhecido iniciou a pichação e lhe passou o batom para completar a frase. "Talvez tenha me faltado malícia para rejeitar o convite, o que não justifica minha atitude, me arrependo deste ato amargamente", afirma. Na carta, a cabeleireira alega desconhecimento sobre o valor e o simbolismo da estátua. "Se eu soubesse jamais teria a audácia de sequer encostar nela", disse.

Veja a íntegra da carta:

*A carta foi escrita em próprio punho. A transcrição está disponível ao final da matéria

Impacto pessoal

Ela afirma ainda que o episódio teve impacto profundo em sua vida familiar. Mãe de duas crianças, relata que não acompanhou o processo de alfabetização do filho mais novo e que ambos sofrem com sua ausência. "Um castigo e uma culpa que vou lamentar enquanto eu viver", escreveu.

No encerramento do texto, Débora faz um apelo direto ao ministro. "Termino essa carta na esperança de que esta demonstração sincera do meu arrependimento possa ser levada em consideração por vossa Excelência."

Situação do julgamento

O julgamento de sua condenação está em curso na 1ª Turma do STF. O relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação a 14 anos de prisão. O julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Luiz Fux, que anunciou o plano de rever a dosimetria de sua pena. Ainda faltam três votos para a conclusão.

Débora por associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado, entre outros crimes, Débora está presa desde 17 de março de 2023. Ela foi detida na 8ª fase da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. Conforme noticiado anteriormente neste site, ela não teve direito à formulação de Acordo de Não-Persecução Penal, tendo em vista a natureza dos crimes dos quais é acusada.

Confira a transcrição da carta:

"Rio Claro, 6 de outubro de 2024.

Excelentíssimo ministro Dr. Alexandre de Moraes, que esta o encontre com saúde e paz.

Me chamo Debora e venho através desta carta me comunicar amistosamente com vossa Excelência. Não sei ao certo como dirigir as palavras a alguém de cargo tão importante, portanto peço que o sr desconsidere eventuais erros.

Sou uma mulher cristã, tenho 39 anos, trabalho desde os meus 14 anos de idade, sou esposa do Dilton e temos 2 filhos, o Caio (10 anos), e Rafael (08 anos) que são meu coração batendo fora do peito.

Excelência para não tomar muito o seu tempo vou direto ao ponto.

Sou uma cidadã comum e simples, sempre mantive minha conduta ilibada, jamais compactuei com atitudes violentas ou ilícitas.

Fui a Brasília pois acreditava que aconteceria um movimento pacífico e sem transtornos, porém aos poucos fui percebendo que o tom foi ficando acalorado.

Devo deixar claro que em momento algum eu adentrei em quaisquer casa dos poderes, fiquei somente na praça dos 3 Poderes, encantada com as construções tão gigantescas e de arquiteturas.

Sinceramente fiquei muito chateada com o quebra quebra nas instituições. Repudio o vandalismo, contudo eu estava ali porque queria ser ouvida, sobre o resultado das eleições tão conturbadas de 2022. Eu queria maiores explicações.

Por isso no calor do momento cheguei a cometer aquele ato tão desprezível (pichar a estátua). Posso assegurar que não foi nada premeditado, tudo foi no calor do momento, sem raciocinar. Estava próxima a estátua e um homem pelo qual eu jamais vi, começou a escrever a frase, pediu para que eu a terminasse pois sua letra era ilegível, talvez tenha me faltado malícia para rejeitar o convite, o que não justifica minha atitude, me arrependo deste ato amargamente, pois causou separação entre mim e meus filhos.

Neste período de 1 ano e 7 meses de reclusão perdi muito mais do que a minha liberdade, perdi a chance de ajudar o Rafinha na alfabetização, não o vi fazer a troca dos dentes, chorei de luto, perdi dois anos letivos dos meus filhos, momentos que nunca mais voltarão.

Meus filhos estão sofrendo muito, choram todos os dias por minha ausência, passam por psicólogos a fim de ajudá-los a organizar os sentimentos desta situação. Um castigo e uma culpa que vou lamentar enquanto eu viver.

Excelentíssimo ministro Alexandre de Moraes, meu conhecimento em política é raso ou nenhum, não sabia da importância daquela estátua, nem que ela representa a instituição do STF, tampouco sabia que seu valor é de 2 milhões de reais.

Se eu soubesse jamais teria a audácia de sequer encostar nela, minha intenção não era ofender o Estado Democrático de Direito, pois sei que o mesmo consiste na base de uma nação.

Portanto venho pedir perdão por este ato que até hoje me causa vergonha e consequências irreparáveis.

Sei que não deveria, mas hoje tenho aversão à política, e quero ficar o mais distante possível disto tudo.

Entendi que quando somos tomados pelo entusiasmo e a cólera podemos praticar atitudes que não contribuem em nada. O que eu fiz não me representa e nem transmite a mensagem que eu sonhei em tecer para os meus filhos.

O que mais almejo é ter minha vida pacata e simples de volta e ao lado da minha família.

Termino essa carta na esperança de que esta demonstração sincera do meu arrependimento possa ser levada em consideração por vossa Excelência.

Deus o abençoe!

Debora Rodrigues dos Santos."

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