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SENADO
Congresso em Foco
29/4/2025 | Atualizado 30/4/2025 às 7:37
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets prendeu o empresário Daniel Pardim Tavares Lima durante seu depoimento nesta terça-feira (29), sob a acusação de ter cometido o crime de falso testemunho. De acordo com os senadores, Pardim negou informações que foram consideradas verdadeiras pelos parlamentares.
O pedido de prisão em flagrante foi solicitado pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e foi ratificado pelo presidente do colegiado, senador Dr. Hiran (PP-RR). Segundo Soraya, Pardim mentiu ao afirmar que não conhecia a sócia de sua empresa, Adélia de Jesus Soares.
A empresa de ambos, Peach Blossom River Technology, está envolvida com outra companhia chamada Payflow, que opera no setor de pagamentos digitais e oferece serviços para apostas online, conforme relatado pela senadora. A Payflow está sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeitas de lavagem de dinheiro e transferências ilegais.
"Ele começou mentindo desde o início, alegando que não conhecia os seus sócios. Ele mentiu mais de três ou quatro vezes, e nós demos a chance, repetimos as perguntas. constitui uma sociedade com quem você não conhece. Ele prestou o compromisso [como testemunha] de dizer a verdade naquilo que não o incriminasse. Mas ele também não pode omitir questões conhecidas... O que nós não podemos permitir é esse desrespeito dentro de uma CPI da maior casa Legislativa do país", disse Soraya.
Veja o vídeo do momento em que o empresário é preso:
O senador Dr. Hiran esclareceu que a Polícia Legislativa ficará encarregada do auto de prisão. Ele também afirmou que Adélia Soares deverá ser conduzida à CPI para prestar depoimento. De acordo com o senador, ela foi convocada para comparecer presencialmente ao colegiado nesta terça, mas não compareceu. Adélia é advogada da influencer Deolane Bezerra, que também não atendeu à convocação da CPI em 10 de abril.
Além de Soraya, o senador Marcos Rogério (PL-RO) criticou a atuação da equipe de defesa de Pardim. Sob a condição de testemunha, ele tinha o direito de permanecer em silêncio diante de perguntas que o incriminassem. No entanto, para Marcos Rogério, os advogados "buzinavam na orelha" do depoente e se manifestaram de forma inadequada diretamente aos senadores.
A relatora ainda expressou suspeitas de que Pardim não teria condições de arcar com os honorários dos advogados, que seriam pagos por terceiros. Inicialmente, o depoente afirmou aos senadores que não responderia sobre quem custeou sua defesa. Em outra pergunta, declarou que os serviços eram prestados "pro bono", ou seja, sem pagamento.
Durante a CPI, Pardim declarou que atua no setor gastronômico e que "tinha planos de abrir um delivery", um empreendimento de entrega de alimentos.
Os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) sugeriram que Pardim poderia ser um "laranja" - termo utilizado para designar alguém que empresta seu nome para a abertura de uma empresa, sem realmente administrá-la. Izalci mencionou que o depoente é sócio de outras empresas, inclusive fora do Brasil. Segundo o senador, empresas de apostas esportivas e online frequentemente estabelecem instituições de pagamento para movimentar seus recursos.
Motivação da CPI, o setor de apostas passou por um processo de abertura desde 2018, cuja regulamentação elaborada pelo Poder Executivo só foi efetivamente implementada em janeiro de 2025, após uma fase de transição em 2024. O período sem regras claras para a atuação gera divergências entre especialistas sobre a legalidade de certas atividades do setor.
A CPI das Bets, iniciada em novembro de 2024, investiga a possível associação do setor de apostas com organizações criminosas e práticas ilícitas. Segundo Dr. Hiran, a CPI das Bets também apresentará, ao final de seus trabalhos, propostas legislativas para aprimorar o setor e proteger a população brasileira de seus potenciais malefícios.
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