Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Mundo
Congresso em Foco
9/7/2025 | Atualizado 10/7/2025 às 7:37
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxação em 50% aos produtos brasileiros deve gerar impactos imediatos a setores da economia como o agronegócio e o setor petrolífero. O chefe do Executivo americano afirmou em carta aberta endereçada ao presidente Lula que a tarifa começará a ser imposta em 1º de agosto.
Embora os Estados Unidos representem 12% das exportações brasileiras, o que equivale a uma fatia aparentemente modesta de 2,2% do Produto Interno Bruto, o impacto setorial, regional e social da medida pode ser profundo.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,3 bilhões para os EUA, seu segundo maior parceiro comercial. Desse total, quase um quarto está concentrado em apenas dois setores: petróleo e derivados (US$ 7,6 bilhões) e ferro e aço (US$ 5,9 bilhões), segundo dados compilados a partir da balança comercial.
Para o setor de ferro e aço, que já enfrenta tarifas adicionais de 25% desde o governo Trump anterior, o aumento para 50% representa, na prática, o fechamento do mercado norte-americano. A medida atinge em cheio estados como Minas Gerais e Espírito Santo, que têm forte vocação exportadora nessa cadeia produtiva e podem sofrer impactos diretos no emprego e na arrecadação local.
Outro setor sensível é o de aeronaves e equipamentos de transporte, com destaque para produtos da Embraer e seus fornecedores. Representando quase 7% da pauta exportadora brasileira para os EUA, esse segmento enfrenta agora o risco de perda de mercado para concorrentes como Boeing e Bombardier, beneficiados pela proteção tarifária. Além do prejuízo direto à balança comercial, a mudança compromete investimentos em inovação e tecnologia, áreas nas quais o Brasil vinha ganhando competitividade.
A tarifação também atinge o agronegócio, setor no qual o Brasil é tradicionalmente competitivo. Produtos como café, carnes, frutas e celulose, que variam entre 3% e 5% da pauta exportadora para os EUA, podem perder espaço para países concorrentes com acesso mais facilitado ao mercado norte-americano, como Colômbia, Vietnã, Argentina e Chile. Para produtores médios e pequenos, a medida representa queda de demanda e maior incerteza nos contratos de exportação.
Apesar de o gráfico do PIB mostrar que as exportações respondem por apenas 18,1% da composição econômica brasileira, e o peso específico das exportações para os EUA ser relativamente pequeno, os efeitos da tarifa não são homogêneos. A medida afeta empresas de alta densidade tecnológica, cadeias regionais integradas e postos de trabalho especializados, com consequências que ultrapassam a métrica do PIB.
A resposta do governo brasileiro já indicou que poderá haver retaliação com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
A medida de Trump, mais do que um instrumento de política comercial, é vista por muitos como um gesto político com efeitos colaterais econômicos, cujo alcance real ainda será mensurado nos próximos meses.
O certo, por ora, é que os efeitos mais duros não se darão nos gráficos de crescimento, mas nos balanços empresariais, nos orçamentos estaduais e no mercado de trabalho.
{ "datacode": "NOTICIAS_LEIA_MAIS", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "articlekey": 110095, "context": "{\"articlekey\":110095}" }
Prêmio Congresso em Foco 2025
Prêmio Congresso em Foco 2025: veja quem lidera 2ª parcial da votação
Relações Exteriores
Guerra comercial
Donald Trump anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros