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ECONOMIA
Congresso em Foco
5/8/2025 11:17
O Banco Central indicou que não pretende reduzir a taxa de juros tão cedo. Em ata divulgada nesta terça-feira (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que a taxa Selic seguirá em nível elevado por um período prolongado, diante do aumento das incertezas no cenário internacional - especialmente após o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil.
A elevação das tarifas para 50% sobre produtos como carnes, café e pescados afeta setores relevantes da economia e levou o BC a considerar o ambiente externo "mais incerto e adverso". O Copom sinalizou que, mesmo com a desaceleração da atividade econômica, manterá a política monetária rígida até haver sinais claros de convergência da inflação à meta.
"O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", disse o BC, no comunicado.
O Banco Central acrescentou que "seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado".
Principais pontos da ata (julho de 2025):
Riscos externos e internos em alta
O Copom alertou que a nova política comercial dos EUA, somada a tensões geopolíticas e à incerteza fiscal no Brasil, pode afetar negativamente tanto a inflação quanto o crescimento.
"A política comercial norte-americana torna o cenário mais incerto e mais adverso", afirma a ata. "A elevação das tarifas tem impactos setoriais relevantes e efeitos agregados ainda incertos".
Juros em 15% e sem previsão de queda
A taxa básica foi mantida em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de alta anterior, mas sem sinalizar alívio imediato. O Copom reforça que poderá retomar o aperto monetário caso o cenário inflacionário volte a se deteriorar.
Por ora, a estratégia é manter os juros altos por tempo suficiente para consolidar os efeitos das medidas já adotadas.
Inflação ainda longe da meta
O IPCA continua acima do objetivo de 3%, com projeções de 4,9% para 2025 e 3,6% para 2026. Os núcleos de inflação - que desconsideram choques temporários - seguem pressionados. O BC também vê pressões de demanda no setor de serviços e mercado de trabalho aquecido, com ganhos reais de renda acima da produtividade.
Expectativas desancoradas travam alívio
O BC chama atenção para o fato de que o mercado ainda não acredita que a inflação voltará à meta no médio e longo prazo.
"Ambientes com expectativas desancoradas aumentam o custo da desinflação", diz a ata.
A autoridade monetária quer ver essas expectativas se reancorarem antes de considerar qualquer flexibilização da política monetária.
Trechos da ata do Copom:
"A política comercial norte-americana torna o cenário mais incerto e mais adverso."
Avaliação direta do Copom sobre o impacto do tarifaço dos EUA no ambiente econômico brasileiro.
"Em um ambiente de expectativas desancoradas, como é o caso do atual, exige-se uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado."
Declaração que justifica a manutenção da Selic em 15% e antecipa um horizonte prolongado de juros altos.
"Ambientes com expectativas desancoradas aumentam o custo de desinflação em termos de atividade."
Complementa a frase anterior ao indicar que, sem confiança na convergência da inflação, o ajuste será mais doloroso para a economia real.
"O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho."
Diagnóstico do Copom sobre os obstáculos atuais para cortar juros.
"Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado."
Principal sinalização do comitê sobre a tendência de manter juros elevados no médio prazo.
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