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TENTATIVA DE GOLPE
Congresso em Foco
14/8/2025 7:52
O prazo para a apresentação das alegações finais no processo sobre a tentativa de golpe de Estado se encerrou nessa quarta-feira (13), marcando a última oportunidade para os réus rebaterem as acusações antes do julgamento, previsto para setembro na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A etapa antecede o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, e a deliberação dos ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e do presidente Cristiano Zanin.
Com todas as defesas entregues, o ministro Alexandre de Moraes prepara o relatório e seu voto. Se condenados, os réus podem responder por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Em suas alegações finais, todos os réus do chamado núcleo 1, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro, negaram participação em qualquer tentativa de golpe.
Veja o que eles alegaram:
Jair Bolsonaro
O ex-presidente afirmou que houve um "ambiente de massacre" contra sua defesa, acusando a imprensa e setores da sociedade de prejulgamento. Rechaçou a acusação de que teria articulado um golpe desde 2021 ao questionar as urnas eletrônicas, alegando tratar-se de opinião política e defesa legítima do voto impresso. Disse não haver previsão legal para criminalizar seus discursos e negou ter tido contato ou influência sobre os atos de 8 de janeiro. Sobre a chamada "minuta do golpe", a defesa sustentou que não passou de mera cogitação, sem execução ou vínculo a atos violentos (veja a íntegra das alegações finais de Bolsonaro).
Almir Garnier Santos
O ex-comandante da Marinha negou ter colocado tropas à disposição de Bolsonaro e apontou contradições entre os depoimentos dos ex-comandantes da Aeronáutica e do Exército. Disse que suas declarações nas reuniões se limitaram ao respeito hierárquico. A defesa alegou ausência de provas concretas, sustentando que suas ações se enquadraram na liberdade de expressão política, sem risco real de violência ou ameaça.
Walter Braga Netto
A defesa do ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro atacou a delação de Mauro Cid, que classificou como "coagida" e "mentirosa". Negou qualquer participação ou financiamento em planos golpistas, incluindo o suposto atentado contra Alexandre de Moraes. Alegou que provas teriam sido forjadas ou deturpadas e pediu a nulidade do processo por suposta falta de imparcialidade do relator.
Anderson Torres
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF justificou a presença da minuta de decreto em sua casa como fruto de "esquecimento material" e disse que o documento estava disponível publicamente na internet. Negou omissão no 8 de janeiro, alegando que estava de férias agendadas e que havia aprovado plano para impedir invasões em Brasília. Disse ter buscado preservar a integridade do STF, mantendo contato com seu substituto.
Augusto Heleno
O ex-ministro do GSI negou ter defendido golpe e disse que frases como "virar a mesa" foram figuras de linguagem no calor de debates políticos. A defesa afirmou que Heleno perdeu influência no governo após a entrada do Centrão e que sua atuação sempre foi técnica e institucional. Rechaçou provas como anotações de agenda e discursos, afirmando que não houve articulação para ruptura democrática.
Alexandre Ramagem
O deputado e ex-diretor da Abin disse que a PGR errou ao acusá-lo de operar o sistema FirstMile antes de assumir o comando da agência. Negou qualquer operação ilegal de inteligência ou influência sobre Bolsonaro para descredibilizar urnas. Alegou perseguição política por ter ocupado cargo de confiança e disse que documentos encontrados em seu celular apenas reproduziam manifestações públicas do ex-presidente.
Paulo Sérgio Nogueira
O ex-ministro da Defesa é acusado de apresentar a "minuta do golpe" em reunião, mas afirma que sempre aconselhou Bolsonaro a não adotar medidas de exceção. Disse ter trabalhado para evitar ações radicais, chegando a propor discurso de pacificação que reconhecia o resultado eleitoral, não aceito pelo ex-presidente.
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