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Entrevista
Congresso em Foco
1/10/2025 9:15
O deputado federal Mauricio Marcon (Podemos-RS) definiu, em entrevista ao Congresso em Foco, que seu mundo ideal não teria emendas parlamentares, uma vez que são utilizadas como arma política: "Esse dinheiro deveria ir direto para os hospitais, [mas] passa pelo deputado, e o deputado faz a politicagem para ir para o hospital". O valor destinado às emendas, em posse do Executivo, deveria ser enviado diretamente ao estado ou aos municípios, defende Marcon, sem fazer "política com o dinheiro dos outros".
Segundo o parlamentar, a destinação de recursos públicos para fins políticos, na garantia de votos futuros, causa negligência a setores que precisam de financiamento, mas não trazem visibilidade. Além de não alcançar cidades com menor número de habitantes, para Marcon, as emendas costumam priorizar obras grandes, que se tornam eventos com inauguração, e deixam de fora itens básicos, como custeio de hospitais.
"Político não manda para custeio, porque não dá voto. Tu compra a máscara, tu compra a agulha, tu compra a seringa e não dá voto. Os hospitais têm uma necessidade gigantesca de receber para custeio para fazer a manutenção. A tabela SUS é extremamente defasada porque os valores que deveriam ir para a tabela SUS ficam na mão dos deputados."
Esta base de reeleição por emendas torna o Congresso um negócio de família, na qual filhos são eleitos pelas promessas do envio de emendas feitas por seus pais, comentou Marcon. "Tem várias famílias que, quando o pai se aposenta, bota o filho para ser deputado. Porque já tem todo um aparato, já tem toda uma base", contou.
Corte de emendas
Economista de formação, o deputado criticou o argumento fiscal de que se deve cortar emendas para que o governo se mantenha no orçamento. "Antes de tu cobrar que o parlamento dê um exemplo, que tem que dar, e eu concordo, tem que dar um exemplo pra tu ter autoridade de cobrar", afirmou. Marcon criticou gastos do Executivo que ele considera desnecessários: "Quase 40 ministérios, com milhões e milhões de gastos em viagens completamente sem noção, com dinheiro sendo jogado ao rodo aí agora".
"As emendas, bem direcionadas, vão basicamente pra saúde, [que] todos nós precisamos, e infraestrutura. Entre gastar com uma primeira-dama que vai ficar no melhor hotel que tem em Paris e gastar fazendo um parque pra comunidade no interior do Rio Grande do Sul, nós cortaríamos primeiro o supérfluo da primeira-dama."
Direita ideológica em ascenção
Apesar das críticas, Marcon destacou que o cenário político vive uma transição de um Parlamento "fisiológico", quando motivada por interesses, para ideológico. "[A Câmara] deve ter em torno de 80 a 100 parlamentares de esquerda ideológicos. E 120 a 130 parlamentares de direita ideológicos", afirmou.
Para o deputado, a quantia já lhe parece significativa, o suficiente para não se considerar deslocado, mas ainda minoritário em relação aos partidos de centro, o qual diz ser "flutuante" a nível de interesses.
"Nós ainda temos uma maioria de centro. E este centro, como ele é flutuante, torna os espectros políticos mais fortes quando ele está do lado daquele espectro.
Este movimento, segundo ele, ascendeu em 2018 com a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chama de "outsider" por "tirar a direita do armário". "Hoje eu tenho orgulho de dizer que sou bolsonarista, sou de direita, sou conservador, defendo os valores da família, defendo a liberdade econômica", declarou Marcon. "Falo isso e sei que sou representado, [também] represento uma grande parte da população."
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