A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS realizou nesta quinta-feira (13) oitiva com o advogado Eric Douglas Martins Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. O depoimento ocorru após a deliberação sobre requerimentos de convocação e quebra de sigilo bancário pela comissão. Entre os nomes convocados, está o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA), que teceu ameaças na última semana ao vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr (PSB-MA)
Segundo o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), Eric Fidelis teria usado sua banca de advocacia para manter relações diretas com entidades vinculadas ao instituto, recebendo cerca de R$ 5,1 milhões de intermediários do esquema que prejudicou aposentados e pensionistas. Entre 2023 e 2024, o advogado movimentou mais de R$ 10,4 milhões.. Além disso, entre 2023 e 2024, o advogado movimentou valores superiores a R$ 10,4 milhões.
A quantia é considerada desproporcional à atução como advogado comum foi vista pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), como indício de ocultação ou dissimulação da origem ilícita dos recursos. O relator chegou a acusar o depoente de servir como intermediador do esquema de propinas levantado pelo lobista Antônio Carlos Camilo, conhecido como "Careca do INSS".
O depoimento aconteceu em meio à prisão de André Fidelis, conduzida pela Polícia Federal. Alfredo Gaspar atribuiu a ordem à atuação da comissão. "Hoje o STF está começando a dar uma grande resposta à população brasileira... Todos os presos hoje, sem exceção, já tinham sido expostos na CPMI, e a grande maioria nós tínhamos pedido prisão aqui", apontou.
A convocação de Eric Fidelis se deu por requerimentos do senador Izalci Lucas (PL-DF) e dos deputados Duarte Jr. (PSB-MA), Rogério Correia (PT-MG), Sidney Leite (PSD-AM), Paulo Pimenta (PT-RS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Coronel Fernanda (PL-MT).
Investigação
Instalada para apurar possíveis fraudes no sistema de empréstimos consignados do INSS, a CPMI tem como objetivo identificar os responsáveis por irregularidades envolvendo descontos indevidos e operações ilegais que afetaram aposentados e pensionistas.
Presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), a comissão reúne deputados e senadores em uma atuação conjunta. Desde o início dos trabalhos, o colegiado colhe depoimentos de ex-dirigentes públicos, representantes de associações e intermediários de crédito.