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ELEIÇÕES 2026
Congresso em Foco
13/11/2025 10:37
A cena aconteceu durante uma sessão aparentemente rotineira do Senado, na última terça-feira (11). Ao passar a condução dos trabalhos ao senador Izalci Lucas (PL-DF), o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil), brincou ao anunciar a lista de oradores: "Senador Cleitinho, meu governador". Cleitinho (Republicanos-MG) lidera as pesquisas ao governo de Minas Gerais divulgadas recentemente.
A frase durou segundos, mas repercutiu fortemente nos bastidores de Brasília e de Belo Horizonte. O motivo: Alcolumbre é hoje o principal articulador da indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e interlocutor direto do presidente Lula nessa agenda; e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, ainda não decidiu se será candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, se disputará a reeleição ou deixará a política no próximo ano.
A fala improvisada expôs publicamente uma possibilidade que aliados já comentavam reservadamente: se Pacheco não disputar o governo de Minas, Cleitinho entra como favorito, e Alcolumbre não só sinaliza isso como se coloca ao seu lado. O senador do PSD de Minas Gerais tem sido cobrado pelo presidente Lula, que o considera o nome mais competitivo do centro para vencer a eleição no segundo maior colégio eleitoral estadual do país.
A reação foi imediata. Para aliados de Cleitinho, a frase de Alcolumbre foi um recado claro de que:
1. Pacheco tende a aceitar a vaga no STF caso seja efetivamente indicado;
2. Alcolumbre, que disputa influência com a AGU, bancaria essa nomeação até o fim, mesmo diante da preferência inicial de Lula pelo advogado-geral da União, Jorge Messias;
3. Com Pacheco fora, o campo progressista perderia seu principal nome competitivo em Minas, abrindo espaço para Cleitinho consolidar a liderança.
Durante a sessão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) reagiu imediatamente à brincadeira. "Presidente Davi, eu sabia que Vossa Excelência era um grande político. Mas não sabia que fazia previsões", disse Aziz, enquanto abraçava um sorridente Cleitinho. "Estamos abertos ao seu apoio", prosseguiu Alcolumbre.
O clima foi de riso, mas as consequências são reais: em MG, a frase virou munição entre grupos que querem precipitar a decisão de Pacheco.
As pesquisas mais recentes, tanto do Paraná Pesquisas quanto da Itatiaia/Instituto Ver, colocam Cleitinho na dianteira com larga vantagem.
Paraná Pesquisas (outubro/2025):
Cenário com Cleitinho:
Cleitinho aparece com mais do que o triplo das intenções de voto de seus principais adversários, abrindo mais de 20 pontos.
Cenário sem Cleitinho:
Sem Cleitinho, o cenário fica completamente embaralhado, o que explica a pressão interna para que o senador permaneça na disputa.
Cenário com Aécio Neves:
Sem Pacheco, Aécio volta a surgir como ator competitivo.
Real Time Big Data confirma liderança folgada de Cleitinho:
Pesquisa paralela do Real Time Big Data, realizada entre 6 e 7 de outubro com 1.500 entrevistados, também mostra Cleitinho na frente:
Cenário 1 - quatro nomes
Cenário 2 - só Cleitinho, Pacheco e Simões
Cenário 3 - sem Cleitinho
Cenário 4 - com Alexandre Silveira
Em todos os cenários testados, Cleitinho lidera com folga.
Rejeição: cenário pode piorar para Pacheco e fortalecer Cleitinho
Os levantamentos mostram ainda:
O eleitorado mineiro segue fragmentado no campo progressista e centro-esquerda, o que favorece um nome de perfil popular e conservador como Cleitinho.
Os gráficos de rejeição feitos pelo Paraná Pesquisas mostram um padrão estável: Cleitinho cresce sem aumentar rejeição, enquanto seus adversários oscilam para cima.
O X da questão: STF ou governo de Minas?
O impasse envolvendo Rodrigo Pacheco tem efeitos diretos sobre a eleição:
Se Pacheco for para o STF:
Se Pacheco disputar o governo:
Até agora, porém, Pacheco evita definir seus planos, o que amplifica as especulações e empurra o tabuleiro político para uma fase de incertezas.
O que esperar agora
O quadro eleitoral mineiro está em aberto, mas com tendência clara:
Até que Pacheco decida seu futuro, disputar o governo ou aceitar a vaga no STF, todas as peças continuarão se movimentando.
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