O vereador Carlos Bolsonaro (PL) fez um discurso emocionado de despedida da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, após 25 anos de mandato, para anunciar sua pré-candidatura ao Senado por Santa Catarina.
"Estou encerrando uma trajetória de 25 anos aqui na cidade do Rio de Janeiro, a cidade que eu amo, onde cresci, mas vou me aventurar em outros desafios tão difíceis quanto esse, me colocando como pré-candidato a senador em Santa Catarina."
A fala ocorreu durante a entrega da Medalha Pedro Ernesto, proposta pelo vereador Rogério Amorim (PL), em homenagem à sua atuação no legislativo municipal. Carlos afirmou que a decisão de disputar o Senado "não foi uma simples escolha" de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e destacou sua ligação com o Estado catarinense.
"Eu amo aquele Estado e tenho certeza absoluta de que, independentemente de onde eu estiver, vou carregar os valores que meu pai me ensinou nesta vida."
Conflito interno
A escolha de Carlos Bolsonaro para representar o PL na disputa ao Senado em 2026 provocou atrito interno no partido em Santa Catarina. A movimentação afastou, num primeiro momento, o nome da deputada Caroline de Toni (PL-SC), preterida pelo governador Jorginho Mello (PL), mas defendida por Carlos e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Carlos e De Toni firmaram um acordo de apoio mútuo no fim de outubro, com aval da família Bolsonaro. No entanto, a permanência da deputada no partido dependerá da posição do governador. Se o PL catarinense formar uma chapa "puro-sangue", Jorginho pode romper com a federação PP-União Brasil; se excluir De Toni, ela pode migrar para o Novo; e, se descartar Carlos, contrariará diretamente a família Bolsonaro.
A entrada do vereador carioca provocou resistência entre conservadores locais, que criticam sua falta de vínculos históricos com o Estado. A deputada estadual Ana Campagnolo (PL) e o prefeito de Pouso Redondo, Rafael Tambozi (PL), manifestaram publicamente oposição à candidatura, acusando o PL nacional de impor uma decisão de fora de Santa Catarina.
Campagnolo acabou se tornando alvo de críticas de Eduardo Bolsonaro, que reagiu nas redes sociais e atribuiu sua vitória eleitoral ao apoio da família Bolsonaro.