Direita tem cenário "sem definição" para 2026, diz Hugo Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentou em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (19) sua leitura a respeito da conjuntura eleitoral em construção para 2026. Ao seu ver, o campo conservador enfrenta dificuldade para se organizar, enquanto a esquerda já demonstra unidade a respeito da disputa ao Planalto.

"A direita, diante desse julgamento do presidente Bolsonaro, das recentes decisões, [está] ainda sem um cenário definido sobre quem vai disputar essa eleição. Tem essa recente candidatura do senador Flávio Bolsonaro lançada, a perspectiva do Tarcísio, do Ratinho, do Zema, do Caiado, que é um candidato também que está nesse campo e quer disputar a eleição", citou.

Hugo Motta avalia que a direita tende a definir caminhos mais claros somente a partir de janeiro, acompanhando a sinalização dos partidos de centro. No lado oposto, a esquerda já conta com projeto definido em torno do presidente Lula, restando uma decisão a respeito da vice-presidência.

"É até diferente do que foram as últimas eleições. Você tinha às vezes o Ciro Gomes disputando eleição, às vezes uma outra candidatura de esquerda. Hoje você não tem mais essa realidade, a esquerda meio que se colocou, se uniu ali em torno do presidente", disse.

Impacto na Câmara

Hugo Motta considera que a construção das agendas eleitorais naturalmente deverá impactar as atividades da Câmara dos Deputados em 2026. "Nós somos seres políticos, nós vamos disputar a eleição ano que vem. Todo mundo olha para o cenário, leva em consideração a realidade do seu Estado, e tem que se posicionar para sobreviver politicamente na eleição", ponderou.

Seu objetivo ao longo desses meses será o de garantir a neutralidade da pauta "para que ela não seja contaminada única e exclusivamente pelo debate eleitoral". Ele reconhece que "não vai ser uma tarefa fácil", mas que o esforço para um debate suprapartidário "é o que a sociedade pensa e espera" do Legislativo.