Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Obstrução contra o país

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Obstrução contra o país

Congresso em Foco

22/9/2007 0:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Flávio Dino*

As últimas quatro semanas, embora de intenso trabalho, foram quase perdidas na Câmara dos Deputados se as avaliarmos em termos de resultado prático. A Casa não conseguiu votar quase nada, impedida por uma obstrução parlamentar sem limites e sem trégua promovida pelos deputados da oposição, como se houvesse direito ilimitado na democracia.

Havia uma série de medidas provisórias que precisavam ser votadas com urgência para destrancar a pauta do Plenário e permitir, assim, a votação da CPMF, bem como, de projetos de lei e outras proposições nascidas na própria Câmara. Dentre essas MP's estavam a 379, que altera o Sistema Nacional de Armas, a 380, que institui o Regime de Tributação Unificada, e a 383, que cria o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci. Ou seja, todas abordando temas de grande interesse da sociedade.

Mas a importância nacional dos temas não mudou a postura dos deputados da oposição. Em alguns dias ficamos até as duas horas da madrugada discutindo o nada, paralisados em discussões em torno do regimento interno da Câmara.

O objetivo central dessa obstrução relacionava-se diretamente com a prorrogação da CPMF. Respeito, e é totalmente legítimo que a oposição exerça seu direito de manifestar-se contra essa proposta, de ir à tribuna protestar e tentar mobilizar a sociedade nesse sentido. Não se trata aqui, portanto, de deslegitimar a atuação da oposição.

Nosso apelo é pela racionalidade no embate parlamentar: o resultado da votação, 338 votos a 117 a favor da prorrogação da CPMF, por si só demonstra que não havia sentido em se adiar por tantas semanas o que uma maioria tão clara já havia definido. É uma questão matemática: a oposição, em minoria, não tinha como superar esses votos. Nesses momentos, nosso parâmetro precisa ser o ônus para a Câmara e a sociedade; não podemos impedir indefinidamente a votação de outras matérias importantes.

Justificou-se a aceitação de tantas obstruções com a legitimidade da minoria política. Mas é preciso lembrar que a minoria não tem poderes divinos nem ditatoriais para impor a sua vontade e paralisar o processo decisório na Câmara dos Deputados. A obstrução parlamentar é um mecanismo legítimo utilizado em todos os Parlamentos do mundo, só que ela não se dá sem regras, sem freios nem limites. Por exemplo, nos Estados Unidos, o “fillibuster” – prática de obstrução parlamentar – cessa quando 60% do parlamento solicitam o encerramento da discussão, o que viabiliza a votação da matéria em debate.

É verdade que a maioria não pode esmagar a minoria. Mas é verdade também que a minoria não pode sabotar a maioria que se estabeleceu no Congresso Nacional pela vontade do povo. Maioria e Minoria, nem um nem outro podem tudo. O que define os limites de cada um são as regras do jogo, que não legitimam o vale-tudo.

O que justifica a apresentação sucessiva de requerimentos de adiamento, de retirada de pauta, de quebra de interstício para votação nominal e vários outros artifícios para impedir as votações? De outra face, o que justifica judicializar-se a disputa interpretativa acerca dos regimentos internos das Casas parlamentares, contrariando jurisprudência de décadas? Talvez o propósito de paralisar a discussão dos temas reais, evitando-se, assim, que o Parlamento decida para, artificialmente, dar a idéia de que nada funciona, que a crise política voltou e que o governo Lula não governa.

Só que a conseqüência de tudo isso é a deslegitimação e a descrença na política e na própria instituição parlamentar. Precisamos ter a grandeza de fazer a disputa parlamentar, mas colocando em primeiro plano o interesse do Brasil. Por isso, apelamos para que, na próxima semana, a oposição não repita a mesma tática em relação às 65 emendas que já existem à proposta da CPMF.

Temos uma agenda a cumprir, em nome da população que quer e precisa que o serviço público funcione. Vamos, então, com essa consciência, ao debate de conteúdo e de mérito das proposições que aguardam na pauta, sejam elas medidas provisórias ou não. Não podemos ignorar a magnitude de temas como a saúde, a defensoria pública ou a reforma política, que aguardam votação. Não podemos concordar com obstruções contra o país.

*Flávio Dino, 39 anos, é deputado federal pelo PCdoB do Maranhão. Ex-juiz federal e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), é titular da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. 

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Temas

Reportagem

LEIA MAIS

Justiça

Damares é condenada a indenizar professora por vídeo postado em redes sociais

Senado

Governo deve perder controle de quatro comissões no Senado

LEI DA FICHA LIMPA

Bolsonaristas articulam mudança na Ficha Limpa para tornar Bolsonaro elegível

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL

Deputado pede prisão de Hytalo Santos após denúncia de Felca

2

Tarifaço

Motta critica Eduardo Bolsonaro: "Nem os seus apoiadores concordam"

3

REAÇÃO NA CÂMARA

Vídeo de Felca gera mais de 30 projetos sobre adultização de crianças

4

Tributação Financeira

Haddad debate nova tributação de fundos e ativos virtuais no Senado

5

Revisão

Haddad diz estar aberto a flexibilizar mudanças no seguro-defeso

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES