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Nise Yamaguchi processa Omar Aziz e Otto por misoginia e humilhação

Congresso em Foco

19/6/2021 | Atualizado 20/6/2021 às 9:38

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A oncologista Nise Yamaguchi [fotografo] Jane de Araújo/Agência Senado[/fotografo]

A oncologista Nise Yamaguchi [fotografo] Jane de Araújo/Agência Senado[/fotografo]
A médica Nise Yamaguchi entrou com processo contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Otto Alencar (PSD-BA) após seu depoimento à CPI da Covid no último dia primeiro. A oncologista alega ter sido vítima de misoginia e humilhação durante a oitiva e pede indenização de R$ 360 mil. Na ação, o advogado de Nise diz que os senadores abusaram do direito da imunidade parlamentar e "perpetraram um verdadeiro massacre moral". Ainda de acordo com a defesa de Nise Yamaguchi, os congressistas agiram "intencionalmente com morbo e com deliberada crueldade no escopo de destruir a imagem da médica perante toda a sociedade brasileira". E que "atônita, viu um ser humano ter destroçada a sua dignidade enquanto médica, cientista e mulher." A médica defensora do chamado "tratamento precoce", com remédios comprovadamente ineficazes contra a covid, chegou a ser cotada para comandar o Ministério da Saúde. NA CPI, Nise depôs na condição de convidada. A defesa da médica cita na ação o "manterrupting", ato de constante interrupção da fala feminina por um homem, e compara o depoimento da médica à audiência judicial em que a influenciadora Mariana Ferrer foi humilhada pelo advogado do homem a quem ela acusa de estupro. Durante a oitiva, o senador Otto questionou Nise sobre a diferença entre um vírus e um protozoário. "Na grade curricular brasileira, os protozoários são estudados no 4° ano do estudo fundamental, fato este que por si só, demonstra a intenção de Otto Alencar em diminuir e humilhar publicamente Nise Yamaguchi, desprestigiando seu conhecimento científico", diz a defesa. Ainda na avaliação dos advogados, Omar Aziz foi "cúmplice" dos ataques à médica. "Percebe-se do tom de voz e do caráter intimidatório do senador Omar Aziz que esse foi cúmplice da desintegração moral da médica, posto que nada fez para impedir ou minorar a agressiva sanha de seu colega, sendo cúmplice e corresponsável pelos abusos suportados por Nise Yamaguchi." O Congresso em Foco entrou em contato com Omar Aziz, que afirmou: "Recomendo à doutora Nise que leia com atenção a nota que divulgamos hoje. Espero que lhe sirva para uma reflexão profunda sobre as consequências das atitudes que ela assumiu. Ao invés de processar a nós, que estamos trabalhando para salvar vidas, ela bem poderia processar na própria consciência a participação que teve na imensa tragédia que se abate sobre o povo brasileiro". Já Otto Alencar disse que ainda não foi informado sobre o processo e que, uma vez que seja, será a primeira ação a que responderá em 35 anos de vida pública. "Usei da prerrogativa de senador, baseado no artigo 53 da Constituição Federal. Nunca desmereci a pessoa dela, chamei de senhora. Fiz perguntas que ela realmente não tinha conhecimento das respostas", disse. "Não tenho denúncias no Ministério Público, nunca respondi processo pelas minhas ações como político e olha que fui governador, secretário", apontou. O site também tentou contato com a defesa de Nise Yamaguchi, que encaminhou uma carta aberta assinada pela médica (leia íntegra no fim da matéria). "São notórios e de conhecimento nacional o desrespeito e a humilhação por mim sofridos durante o depoimento prestado à CPI da pandemia no Senado Federal no dia 1º de junho de 2021. A partir daquele momento, passei a ser extremamente vilipendiada nas redes sociais com agressões em tons ameaçadores, o que é muito preocupante para um estado democrático", diz. "Na qualidade de mulher e de idosa, optei por entrar com uma ação judicial contra os senadores Omar Aziz e Otto Alencar, como uma medida para restaurar minha integridade e a de diversos outros médicos brasileiros, os quais também foram afetados com os discursos proferidos pelos parlamentares naquele dia", continua. Investigados Ontem (18), o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou uma primeira lista de testemunhas que serão investigadas pela comissão. Entre elas, consta a doutora Nise Yamaguchi, além do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. O ex-chefe da comunicação do governo, Fábio Wajngarten e a médica Mayra Pinheiro. Também constam na lista de investigados: o ex-assessor do Ministério da Saúde Elcio Franco, o conselheiro do presidente Arthur Weintraub, o empresário Carlos Wizard, Franciele Fantinato, Helio Neto, Marcellus Campelo, Paulo Marinho Zanotto e Luciano Dias Azevedo. Carta aberta de Nise Yamaguchi: São notórios e de conhecimento nacional o desrespeito e a humilhação por mim sofridos durante o depoimento prestado à CPI da pandemia no Senado Federal no dia 1º de junho de 2021. Médica há mais de quatro décadas, nunca imaginei passar por situação parecida. É triste perceber que, na Casa do Povo Brasileiro, mesmo após décadas de evolução, ainda se perpetuem comportamentos misóginos. Por diversas vezes, tive minhas falas e raciocínios interrompidos. Ignoraram meus argumentos e atribuíram a mim palavras que não pronunciei. Não foi por falta de conhecimento que deixei de reagir, mas, sim, por educação. Não iria alterar a minha essência para atender a nítidos interesses políticos. A partir daquele momento, passei a ser extremamente vilipendiada nas redes sociais com agressões em tons ameaçadores, o que é muito preocupante para um estado democrático. Não faço parte de nenhum partido político. Atuei nos últimos cinco governos como colaboradora eventual, pelo bem da saúde do Brasil e do mundo, sendo que entre 2007 e 2011, participei oficialmente do gabinete do Ministério da Saúde. Meus principais trabalhos foram em ações de controle do tabaco, tratamento personalizado e de precisão do câncer, dentre outros afazeres de compliance e governança. Agradeço o apoio do Conselho Federal de Medicina, do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal e às inúmeras manifestações de apoio de entidades de classe e de apoio à mulher e ao idoso. Atendo os meus queridos pacientes em Brasília e em São Paulo e deles, de suas famílias e dos colegas, tenho recebido um reconfortante apoio. Na qualidade de mulher e de idosa, optei por entrar com uma ação judicial contra os senadores Omar Aziz e Otto Alencar, como uma medida para restaurar minha integridade e a de diversos outros médicos brasileiros, os quais também foram afetados com os discursos proferidos pelos parlamentares naquele dia. Todos os valores ganhos com a causa serão revertidos a hospitais que tratem de crianças com câncer.   > Em fala de Nise Yamaguchi à CPI da Covid, médica nega gabinete paralelo Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito. Mantenha o Congresso em Foco na frente.
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