Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. A diplomacia do ataque e seus efeitos colaterais

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

A diplomacia do ataque e seus efeitos colaterais

Congresso em Foco

20/1/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:30

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado do então Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Ernesto Araújo.[fotografo]Alan Santos/PR[/fotografo]

Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado do então Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Ernesto Araújo.[fotografo]Alan Santos/PR[/fotografo]
Fernando Rizzolo* Certa vez, li um provérbio que dizia: "O general que usa a diplomacia em vez da espada poupa mil vidas no campo de batalha", e de pronto me lembrei do que estamos passando no Brasil atualmente diante dessa pandemia provocada pelo vírus chamado SARS-CoV-2, ou coronavírus, que causa a doença covid-19. Já perdemos mais de 200 mil pessoas, que foram mortas pela ineficácia do poder público, mas o que eu gostaria de refletir neste texto é a potencialidade de uma ideologia e a sua influência na área diplomática num contexto de saúde pública. O Brasil talvez seja o único país de dimensão continental a ser vítima duplamente, quer dos efeitos da doença, quer dos efeitos da irresponsabilidade ideológica recheada de preconceitos, animosidades, arrogância e paranoia por parte do governo Bolsonaro. Senão vejamos. Em novembro de 2020, um dos filhos do presidente criou um forte atrito com o governo chinês numa narrativa em que acusava o perigo de se fazer negócios com a China na área tecnológica, alegando que o país asiático poderia nos "espionar" caso optássemos pela tecnologia 5G. Na verdade, os atritos começaram na própria campanha à presidência em 2018, do então deputado Jair Bolsonaro, inspirado e completamente alinhado às ideias ridículas no tocante às políticas defendidas pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que hoje, enfim, sabemos que nunca passou de um extremista perigoso. Outro protagonista de ataques à China foi o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que afirmava na época que o país asiático se beneficiaria com a crise da covid-19. Além disso, debochou do sotaque chinês, comportamento que a embaixada chinesa rechaçou e classificou como "fortemente racista". Portanto, poderia aqui me ater a inúmeros ataques do governo Bolsonaro não só à China como a outros países e órgãos internacionais, sempre achando que Donald Trump o apoiaria e socorreria em momentos de dificuldade, o que denota forte ingenuidade e falta de visão política, pois seria possível prever sem muito esforço que Trump poderia não ser eleito, o que fatalmente ocorreu. Internamente houve uma disputa política com relação à iniciativa do governador de São Paulo, João Doria de negociar com a China para receber a vacina, o que na verdade ocorreu, e com êxito. Contudo, sem insumos, sem números de vacinas disponíveis, sem um médico sequer à frente do Ministério da Saúde, e com milhares de pessoas morrendo até por falta de oxigênio, temos a dimensão do problema que uma diplomacia "capenga" promovida pelo governo federal em todo seu mandato foi capaz de fazer. Isso evidentemente nos coloca numa situação de vulnerabilidade sanitária, em que a população mais pobre, hipossuficiente, sofre com a falta de leitos, além do desemprego, que já existia bem antes da pandemia. Talvez, como diz o ditado acima mencionado, a espada vinda de palavras cortantes está cortando e ceifando vidas inocentes de pobres, negros, idosos, profissionais de saúde que inadvertidamente votaram num grupo ideológico para evitar a volta do PT, como eu mesmo fiz, mas jamais poderíamos imaginar que a inabilidade diplomática poderia matar muito mais do que a fome, num pobre Brasil abandonado. Afinal, "o general que usa a diplomacia em vez da espada poupa mil vidas no campo de batalha". Precisamos encontrar esse tipo de general que não traz, enfim, "efeito colateral". *Fernando Rizzolo é advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

diplomacia China Ministério da Saúde João Doria Donald Trump Fernando Rizzolo Abraham Weintraub covid-19 pandemia covid vulnerabilidade sanitária

Temas

Fórum

LEIA MAIS

ESTADOS UNIDOS

Bilhões, escândalos e traição: por que Trump e Musk romperam

DIPLOMACIA

Hugo defende encontros do Brics com foco em prosperidade e mulheres

Fórum BRICS

Hugo Motta destaca importância da união entre países membros do BRICS

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

3

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

4

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

5

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES