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Foto: Agência Brasil
*Diego Casaes
Hoje é dia de gritar. Em 7 de setembro de 1822 gritamos às margens do Ipiranga nosso desejo de independência, de virar nação soberana. Ao longo da História, esse grito atravessou as margens do rio, percorreu o país e deu início a um sonho de identidade brasileira.
Esse sonho segue sendo construído. Hoje por meio principalmente das velozes conexões de internet em computadores, tablets e celulares. Se hoje os brasileiros têm na palma da mão mecanismos tão poderosos como as redes sociais para trocar afetos, mensagens e se organizarem enquanto sociedade, as empresas que gerenciam esses aplicativos não parecem estar tão interessadas assim no conceito de democracia.
Por todos os desafios pelos quais os brasileiros já passaram ao longo desses 198 anos, a pandemia de covid-19 parece ser um ponto chave na história. Enfrentamos tempos de isolamento social, de desemprego, os encontros e aglomerações que tanto amamos foram suspensos até que se torne seguro novamente retomar nossos abraços coletivos e gritos de carnaval.
Enquanto buscamos na internet um espaço de reconexão com nossas atividades, os algoritmos das redes sociais impulsionam em nossa direção uma enxurrada de informações falsas e teorias da conspiração que tentam nos dividir e fazer acreditar que a pandemia não passa de uma farsa, que poderia ser facilmente resolvida com curas milagrosas, ou tentam nos convencer de que se vacinar não é uma boa ideia.
Profissionais de saúde, órgãos sanitários internacionais e cientistas trabalham duro para combater a pandemia e a imprensa profissional tem feito sua parte para oferecer informações científicas e factuais à população, mas as redes sociais não estão agindo de maneira eficiente para combater a infodemia de fake news que atravessa o mundo. Diante de um cenário assustador em que a desinformação se espalha vertiginosamente, as recomendações científicas são reduzidas a quase um sussurro nas redes, abafadas pelo estardalhaço das fake news.