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Dino enviou ofício alertando que a inteligência da PF já havia identificado as intenções dos golpistas. Ibaneis não levou a sério. Foto: Renato Alves/Ag. Brasília
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), trocou o caos da crise do coronavírus na capital do país, que acumula 555 casos e 14 óbitos confirmados por covid-19, de acordo com o último balanço, por dias de calmaria no paradisíaco litoral de Alagoas. Viagens durante a pandemia são desaconselhadas por autoridades sanitárias. Ibaneis, no entanto, não demonstra preocupação com críticas que tem recebido por ter se afastado de Brasília durante a crise. “O que a maioria não entende é que tenho uma vida tranquila e diferenciada", disse o governador à coluna Radar, de Veja, assinada por Robson Bonin.
A viagem do governo coincide com o relaxamento nas regras de isolamento social no Distrito Federal, uma das primeiras unidades da federação a adotar o distanciamento como medida preventiva à covid-19. Como mostrou o Congresso em Foco, em decreto publicado ontem, Ibaneis liberou o funcionamento do Sistema S, lojas e fábricas de móveis e comércio de eletrônicos.
O isolamento no DF está previsto até 3 de maio por enquanto. O governador, no entanto, tem sido criticado por manter o setor da construção civil em pleno funcionamento. Autoridades sanitárias consideram grande as chances de disseminação da doença entre os operários.
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O Distrito Federal é a quarta unidade federativa a ter maior incidência de covid-19 proporcionalmente à sua população. São 16,9 casos para grupo de 100 mil habitantes, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. Mas já foi a primeira. O ministro Luiz Henrique Mandetta considera preocupante a situação na capital do país e já disse que o pico ainda está por vir. Juntos, São Paulo, Rio, Ceará e o Distrito Federal concentram sete em cada dez casos de coronavírus no Brasil. E oito em cada dez mortes relacionadas à covid-19.
O governador do Distrito Federal leva uma “vida tranquila e diferenciada” financeiramente. Depois de uma infância pobre, Ibaneis formou-se em Direito e fez uma carreira bem-sucedida na advocacia. Antes de se candidatar ao governo, foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Após largar com percentuais tímidos nas pesquisas de intenção de voto, ele arrancou na reta final e foi o mais votado no primeiro turno, em 2018. Na rodada decisiva de votação, ele superou o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que buscava a reeleição.
Naquele ano o emedebista declarou à Justiça eleitoral patrimônio de R$ 94,1 milhões. Apenas outros dois candidatos a governador informaram fortuna maior que a dele, os também eleitos João Doria (PSDB-SP), com R$ 189,8 milhões, e Mauro Mendes (DEM-MT), com R$ 113,4 milhões.
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