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Congresso em Foco
16/12/2019 | Atualizado às 19:13
O coletivo de 150 empresas compradoras de commodities e relevantes grupos de investidores de capital (que somam mais de US$ 7 trilhões em seus portfólios), denominado SOS Cerrado, já indicou que pretende tomar medidas imediatas para dissociar suas cadeias produtivas e investimentos da destruição do Cerrado. Os primeiros sinais começam a surgir: neste mês Nutreco, a maior empresa de ração animal do mundo, a gigante rede britânica de supermercados Tesco e a empresa do setor proteínas animais Grieg Seafood (uma das líderes globais na produção de salmão) anunciaram um apoio milionário a produtores de soja do Cerrado que tenham intenção de expandir sua produção sem desmatamento.
"Considerando os riscos socioambientais e econômicos, assim como a enorme área aberta disponível para a expansão produtiva, o governo brasileiro deve estabelecer metas e ações concretas para a redução do desmatamento do Cerrado e para a recuperação dos cerca de 20 milhões de hectares de passivos ambientais em propriedades privadas existentes no Brasil", afirma Edegar de Oliveira Rosa, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil. "O governo deve ainda oferecer rastreabilidade de produtos e deve combater as ilegalidades e dar clareza às empresas, investidores e à sociedade sobre a origem da produção. O setor privado também deve fazer a sua parte, condicionando negócios a uma real segurança quanto à ausência de crimes e desmatamento em suas cadeias e investimentos", completa. "Fiscalização, transparência e rigor do setor privado poderiam reduzir a destruição", sintetiza Voivodic.
A área com vegetação íntegra do bioma já foi reduzida a cerca de 20% de sua cobertura original e mais da metade de seu território já está degradado. Seguida essa trajetória, a destruição do Cerrado acarretará uma extinção massiva de espécies, segundo artigo publicado na Nature. Com cerca de 10 mil espécies de plantas, das quais 44% endêmicas, além de uma diversa fauna, incluindo espécies como o Lobo-Guará, o Tamanduá-Bandeira e a Onça-Pintada, o Cerrado concentra 30% da biodiversidade brasileira. Além disso, as emissões anuais de gases causadores do efeito estufa, por queimadas e desmatamento, equivalem a mais de 40 milhões de carros.
O atual nível de destruição compromete as águas que nascem no Cerrado e alimentam seis das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, do Araguaia/Tocantins, do Atlântico Norte/Nordeste, do São Francisco, do Atlântico Leste e do Paraná/Paraguai, incluindo as águas que escoam para o Pantanal. O Cerrado também contribui para gerar 90% das águas do rio São Francisco. Quando se desmata o Cerrado, comprometem-se a recarga de três grandes aquíferos brasileiros (Bambuí, Urucuia e Guarani), os recursos hídricos que são fonte de água das 25 milhões de pessoas que vivem no bioma e nove em cada dez brasileiros que consomem eletricidade produzida com águas do Cerrado.
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