Conselho de Ética mantém arquivada representação contra Virgílio

Fábio Góis 

Por unanimidade, o Conselho de Ética do Senado manteve o arquivamento da representação apresentada pelo PMDB contra o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Apenas três ausências foram registradas (veja lista abaixo). Com a votação nominal e aberta, os membros do colegiado referendam os 12 engavetamentos determinados pelo presidente do Conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ): mais cedo, seis denúncias e cinco representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também foram mantidas na gaveta.

Conselho de Ética arquiva denúncias contra Sarney 

Na representação arquivada por Duque, o PMDB acusava Virgílio por quebra de decoro parlamentar em três situações: por ter autorizado um de seus assessores a ficar um ano e meio no exterior, com despesas pagas pelo Senado; ter recebido empréstimo do ex-diretor-geral Agaciel Maia, um dos protagonistas da emissão de atos administrativos secretos; e por supostamente ter exacerbado, com membros da família, os gastos e propósitos previstos na verba parlamentar de saúde.

Após o discurso de defesa de Virgílio, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que não é membro do Conselho, pediu a palavra. "O PMDB considera-se suficientemente esclarecido, verdadeiramente esclarecido, e acompanhará o despacho pelo arquivamento da representação, segundo o relatório de vossa excelência", disse Renan, dirigindo-se a Paulo Duque.  

A votação do recurso contra o arquivamento foi rápida, após discurso de defesa de Virgílio. A decisão foi proferida por Duque depois de breves discursos dos senadores Jefferson Praia (PDT-AM) e Rosalba Ciarlini (DEM-RN).  

Antes do resultado, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), dirigiu-se ao companheiro de oposição e ressaltou sua "vida limpa e digna, que honra os quadros do PSDB". Após a votação, o tucano Alvaro Dias criticou a postura do grupo de José Sarney, que teria representado contra Virgílio por retaliação (o tucano subscreveu nove dos pedidos de investigação contra Sarney no Conselho de Ética).

"Essa representação surrealista, despropositada, faz parte da estratégia da malandragem", disse Álvaro. "Sua grande vitória, Arthur Virgílio, não foi ter sido absolvido por unanimidade. Foi não ter se deixado intimidar em momento algum por essa ameaça que pairava sobre vossa excelência", completou Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Votaram contra a abertura de processo contra Arthur Virgílio:

Almeida Lima (PMDB-SE)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Eliseu Resende (DEM-MG)
Gilvan Borges (PMDB-AP)
Gim Argelo (PTB-DF)
Ideli Salvatti (PT-SC)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Jefferson Praia (PDT-AM)
João Pedro (PT-AM)
Marisa Serrano (PSDB-MS)
Romeu Tuma (PTB-SP)
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
Sérgio Guerra (PSDB-PE)
Wellington Salgado (PMDB-MG)

Ausentes:

Antônio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
João Durval (PDT-BA)