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Congresso em Foco
13/12/2018 | Atualizado às 18:58
"Porque não acreditar que o que está por trás da nomeação do almirante Bento Junior é a construção da bomba atômica?"[/caption]
Essas cifras mostram os vultuosos recursos dispendidos pela União. Obviamente investimentos não prioritários, quando verificamos as necessidades concretas para o bom viver da população, como obras de saneamento, educação, saúde e moradia, entre outras. Com recursos finitos disponíveis no país, as escolhas de gastos dependem das prioridades definidas pelo governo de plantão. E o governo eleito, a partir das declarações, nomeações e da constituição do ministério "junta militar" (sic), já mostrou suas reais intenções.
Um aspecto a ser ressaltado - e que não é dito publicamente, mas está presente na cabeça dos militares e de muitos civis - é a fabricação da bomba atômica. E, assim, o Brasil entrar no clube fechado dos países detentores dessa arma nuclear.
Não seria a primeira vez dessa tentativa. Lembremos que um dos momentos mais sórdidos de nossa história foi o programa nuclear clandestino/paralelo. Iniciado no governo Ernesto Geisel, tinha o objetivo de garantir ao Brasil a tecnologia necessária para fabricar a bomba atômica (e ogivas para mísseis nucleares). Logo, porque não acreditar que o que está por trás dessa nomeação do almirante Bento Junior é a construção da bomba atômica?
É claro que ninguém confirmará, pois nossa Constituição e os acordos, pactos internacionais assinados pelo país proíbem a construção desse artefato bélico. O próprio Decreto no 9.600, de 5 de dezembro de 2018, consolidando as diretrizes sobre a Política Nuclear Brasileira, somente se refere ao uso pacífico da energia nuclear. Diga-se de passagem que esse decreto, gestado pelo Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, foi promulgado na surdina, às vésperas do término de um governo sem nenhuma credibilidade e atolado em denúncias de corrupção. E sobre um tema no mínimo polêmico, sem nenhuma discussão ampla e democrática.
Dispomos de grandes reservas de urânio. Sabemos enriquecer urânio não somente para produção do combustível das usinas núcleo-elétricas, mas também para atingir os níveis de enriquecimento requeridos para a bomba. Além da aproximação "onde o céu é o limite" com os americanos, isso é fundamental para "autorizar" a construção da bomba. Então o que está faltando? Nada.
O momento é para uma discussão com os diversos setores da sociedade brasileira, sobre o que deseja o povo brasileiro em relação à energia nuclear. Produzir eletricidade a partir das usinas nucleares é ir na contramão do que acontece no mundo, que está se distanciado dessa opção em prol das fontes renováveis de energia (sol, vento, biomassa). E tornar o país detentor de uma bomba atômica não é o que necessitamos e queremos.
* Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco.
Do mesmo autor:
> Modelo de expansão das eólicas gera danos sociais e ambientais
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