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Procuradora-geral, Raquel Dodge [fotografo]Wilson Dias / Agência Brasil[/fotografo]
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia nesta quarta-feira (10) contra o ministro do Tribunal de Contas União (TCU), Aroldo Cedraz, seu filho, o advogado Tiago Cedraz, e outros dois investigados pelo crime de tráfico de influência. Eles são acusados de negociar e receber dinheiro UTC Engenharia em troca de interferir em julgamentos para favorecer a empresa em processos, em andamento no TCU, relativos à usina Angra 3.
O valor do contrato sob investigação, informa a PGR, era de quase R$ 3,2 bilhões. Esse total contemplaria o consórcio vencedor do certame público, com direcionamento à construtora UTC. A denúncia, encaminhada ao ao ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), é desdobramento de inquérito instaurado em 2015 a partir de delação premiada do empresário Ricardo Pessoa. A colaboração judicial foi homologada naquele ano pelo Ministério Público Federal (MPF).
Assinada pela procuradora-geral da República, a peça acusatória detalha os procedimentos de investigação e a coleta de provas envolvendo Aroldo, Tiago e os demais suspeitos – entre os elementos incriminatórios, a entrega de dinheiro na sede da UTC, em São Paulo, e no escritório de Tiago Cedraz, em Brasília.
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"Cruzamentos entre os registros de viagens, entrada dos envolvidos na sede da empresa, tabela de pagamentos apresentada pelo colaborador e documentos apreendidos no escritório do advogado também confirmam a relação entre Ricardo Pessoa e Tiago Cedraz. Segundo as investigações, o primeiro acerto foi firmado em 2012 e os pagamentos – feitos de forma parcelada e em espécie – ocorreram até 2014. No total foram pagos R$ 2,2 milhões, ao longo do período de tramitação dos processos", informa a PGR. [caption id="attachment_360899" align="alignnone" width="700"]Ministros do TCU passam até um terço do ano viajando com dinheiro público, mostra CBN