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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Nicolas Behr
27/8/2018 | Atualizado às 18:17
Passagem subterrânea Uma das poucas obras construídas exclusivamente para o pedestre em Brasília, um total de 16 nas duas asas. Aí está o seu grande mérito, utilíssima para quem precisa cruzar o Eixão, sem riscos. Eixão, essa verdadeira highway, que transforma Brasília numa simples cidade de beira de estrada.
PDS Não é a sigla de nenhum partido político. Essa mania do brasiliense por sigla. Significa mais do que o nome de um bar - Pôr do Sol - no "quadrilátero do álcool", na 408 Norte. Lotado de universitários - a UnB fica perto - artistas, poetas inéditos e jovens despreocupados. Gente que curte o Face, gosta da Ellen Oléria, vai ao Porão do Rock, ouve Móveis Coloniais de Acaju, usa cabelo dread... Passo por lá e gosto do barulho. De ver gente na rua. Parece até que estamos em uma cidade qualquer.
Pedra fundamental JK tinha tanta pressa em construir Brasília (se não transferisse a capital no seu mandato, adeus...) que aconteceram coisas incríveis. Não se sabia exatamente onde seria a sede do Correio Braziliense no Setor de Indústrias Gráficas, ainda não delimitado, mas Assis Chateaubriand e JK queriam logo lançar a pedra fundamental do jornal. JK desceu de helicóptero nas proximidades de onde é hoje o Fórum, e na beira do Eixo Monumental descerrou a Pedra Fundamental (um pequeno totem). E a pressa era tão grande que JK levou a Pedra Fundamental para outro evento. O que importava era tirar a foto e registrar o fato. O fato consumado. E mostrar para o Brasil e o mundo que Brasília e sua vontade eram irreversíveis.
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Perda Brasília já é uma cidade. Chora seus mortos, lamenta suas perdas. Jorge Ferreira saiu da mesa do bar, não se despediu e nem voltou. Não era isso o combinado. Devia ter ficado mais. Afinal, a festa estava boa. Jorjão era a festa.
Pessoal da limpeza 1979. Inauguração do Teatro Nacional. Grande pompa. Noite de gala. O presidente Figueiredo chama o ajudante de ordens e pergunta: quem é aquele pessoal ali? O auxiliar olha rapidamente para um grupo de jovens punks e mais rápido ainda responde: é o pessoal da limpeza, presidente. Cai o pano.
Pezão Francisco Morojó ou simplesmente poeta Pezão, seu criado, como se apresentava. Foi uma mistura entre Maiakovski, Bukowski e Leminski, mas não tinha sangue eslavo. Era paraibano. Fez história no underground poético 120 121 local. Eu o encontrava por aí e ele dizia: "Você é o príncipe dos poetas, mas eu sou o rei". Quando soube da sua morte, em 2003, pensei no ato: foi cirrose. Errei. Indo de carona para a feira de trocas de Olhos d'Água, o nosso poeta desceu para dar lugar a duas moças, que iam para o mesmo destino. Um gentleman. Pegou carona com outro carro, que capotou - e Pezão foi o único que morreu. Viva Pezão!
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Piscina com Ondas - 1980 Foto: Wilson Pedrosa/CB/DA Press[/caption]
Piscina com Ondas Ou, na boca do povo, Piscina de Ondas. Estava localizada no Parque da Cidade, onde funcionou de 1978 a 1997. Chegou a receber, nos áureos anos 80, cerca de 9.000 pessoas por fim de semana. De 45 em 45 minutos uma sirene anunciava o início das ondas artificiais, que atingiam 1 m de altura e duravam até 10 minutos. Foi fechada por má administração da empresa gestora. Hoje não passa de um lugar abandonado. A onda passou.
Pipas Mais de uma pessoa já me disse: "Quando a gente chegou a Brasília, bem no começo, um programão era ir de tardezinha soltar pipa no Eixão". Acredite se quiser.
Placa da Mercedes Amor é amor, mesmo pago. Era lá, na placa da Mercedes, depois do Núcleo Bandeirante, na direção de Goiânia, que os candangos o encontravam. Amor barato, disponível e contagioso. Atraídas pela grande quantidade de dinheiro em circulação e pelo número de homens solteiros, já ouvi relatos que falavam numa população de cerca de oitocentas prostitutas naquele local de bares e diversão. Exagero. Os candangos se identificavam tanto com a figura, quase mítica, de JK que muitos garantiram que o viram por lá. Conversa. JK apreciava, sim, o gênero feminino, mas não era doido de se expor em tal lugar. Mais: diziam que JK tinha até suas preferidas, alimentando o mito do homem dos três emes: macho, mineiro e médico. Hoje lá não tem mais placa, não tem mais oficina da Mercedes Benz.
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Plano Piloto ou Brasília? "Vou ao Plano" é o mesmo que dizer "Vou ao centro histórico de Brasília?" Não é tão simples assim. Plano Piloto é só a área do aviãozinho? E a Octogonal? E a Vila Planalto? E o Cruzeiro? Os Lagos Sul e Norte? São parte do Plano Piloto? Começou a confusão. Afinal, onde fica Brasília? Lembre-se que as placas dos automóveis no Distrito Federal não circulam com os nomes Planaltina, Taguatinga ou São Sebastião. É tudo Brasília. Quando se está fora do quadradinho as pessoas dizem: vou a Brasília. As cidades em volta do Plano Piloto seriam então super-bairros? E o Plano Piloto apenas um bairro a mais? "Ah, mas eu sou taguatinguense", revela o saudável sentimento nativista crescente das antigas cidades-satélites. E o Entorno? Não. Fale "região geoeconômica", mas o termo, mesmo pejorativo, pegou. Desisto. Este verbete mais confunde que explica. Vai na contramão da racionalidade de Brasília. Faltou um Plano... 122 123
Poder "Em Brasília existem pessoas do poder e pessoas de poder", disse o artista plástico Bené Fonteles. Não, a gente não cruza com o presidente da República no supermercado, não encontra o ministro no posto de gasolina, não topa com o senador no churrasquinho da esquina. Em Brasília, os poderosos, os do poder, se escondem.
Poeira e Batom Esse é o título de um belo documentário que virou livro, escrito por Tânia Fontenele Mourão e Mônica Ferreira Gaspar de Oliveira, ambas nascidas em Brasília. A saga da construção já foi inúmeras vezes contada por homens. Agora com a palavra, as pioneiras, verdadeiras candangas, que aqui chegaram entre 1956 e 1960. Maravilha de livro, vídeo forte e sensível.
Poética do Cerrado Livro de arte inédito onde o artista e educador Rômulo Andrade propõe diálogos entre as artes visuais e a poesia. Reúne obras de três gerações de artistas brasileiros, evocando a força de vida e a beleza do bioma Cerrado.
Pombal de Dona Eloá Dona Eloá, a esposa do presidente Jânio Quadros, pediu ao Niemeyer um ninhal para as pombas da Praça dos Três Poderes. Aquele monumento (!), que mais parece um prendedor de roupa, foi a única obra que Jânio Quadros fez em Brasília nos 207 dias do seu mandato, pois renunciou.
Ponta de picolé Vendo. Excelente oportunidade. Diretamente com o proprietário. Preço de ocasião. Localização privilegiada. Só o brasiliense sabe do que se trata esse anúncio. Ponta de picolé é a unidade imobiliária localizada na extremidade que dá para o Paranoá nos conjuntos habitacionais dos Lagos Sul e Norte. Tem o terreno em formato retangular de um sorvete solidificado, o picolé.
Pontes A ponte JK, sobre o lago Paranoá, não é terceira ponte, como muitos dizem, mas sim a quarta. Senão vejamos: a primeira, do Bragueto; a segunda, das Garças; a terceira, Costa e Silva e finalmente a quarta, ponte JK, por muitos ainda chamada de "Ponte dos Remédios". É que na época de sua construção foram usados recursos destinados à área de saúde do DF para concluí-la, daí o apelido.
Presidente Bossa Nova De Juca Chaves: Bossa nova mesmo é ser presidente / Desta terra descoberta por Cabral / Para tanto basta ser tão simplesmente / Simpático, risonho, original. // Depois desfrutar da maravilha / De ser o presidente do Brasil, / Voar da Velhacap pra Brasília, / Ver a alvorada e voar de volta ao Rio. // Voar, voar, voar, voar, / Voar, voar pra bem distante, até / Versalhes onde duas mineirinhas valsinhas / Dançam como debutante, interessante! // Mandar parente a jato pro dentista, / Almoçar com tenista campeão, / Também poder ser um bom artista exclusivista / Tomando com Dilermando 124 umas aulinhas de violão. // Isto é viver como se aprova, / É ser um presidente bossa nova. / Bossa nova, muito nova, / Nova mesmo, ultra nova!
Presidentes Curiosidades sobre três presidentes depois de JK. Jânio Quadros: gostava de ficar no Palácio da Alvorada vendo filmes de faroeste e tomando uísque de canudinho em garrafas de guaraná Antárctica. Se o filme era ruim, saía de fusca, sozinho, em disparada, de madrugada, pelos eixos de Brasília. João Goulart: preferia passatempos mais amenos - nos fins de semana ia pescar com os amigos no rio São Bartolomeu. E Castelo Branco: foi o único presidente da República que morou na Vila Planalto, numa bela casa de madeira. Por um curto período, com a filha.
Pressa O trem de alta velocidade entre Brasília e Goiânia foi apelidado de Expresso Pequi, nome que constava até em documentos oficiais. Seriam 210 km percorridos em 1 hora e 30 minutos, ou seja, a 180 km/h. Anunciado em 2009 numa ação conjunta do Estado de Goiás e o Governo do Distrito Federal, o Expresso Pequi nunca saiu do papel, tendo consumido milhões de reais em projetos e consultorias. Agora aquela perguntinha: pra que tanta pressa para chegar a Goiânia?Temas
SEGURANÇA PÚBLICA
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