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Complemento cultural de qualidade

Congresso em Foco

10/11/2006 | Atualizado 11/11/2006 às 6:28

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 João Vieira*

Vão se cumprindo os lances derradeiros da programação anual de eventos do Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB-Brasília. Dois "pacotes" se alçam e realçam entre para mais de uma centena de acontecimentos, dado o seu caráter de utilidade concreta ou essencialidade objetiva, muito mais que mero entretenimento descomprometido ou descontraído. Trata-se de (a) "Pensamentos instigantes" e (b) "Vertentes literárias". 

Vale pausar para a compreensão de que se trata de um "senhor investimento", de todo inusitado porque gasto com objetividades. Noutras palavras: investe-se em qualidade, mas de forma programática, estrutural, basilar! Jamais, ratifique-se, aleatoriamente, eventualmente...

Acontece que a qualidade - especialmente a autêntica ou simples e despojada qualidade - padece, sempre, do sufoco e impositividade, quando não o puro e simples garroteamento pela estética e a emocionalidade. Isto sem falar da pressão inominável das objetividades esquemáticas! Assim, incontáveis e às vezes inconfessáveis razões conduzem comumente ao sacrifício da qualidade. Mencione-se, por exemplo, a mui fatídica (quando exacerbada) "equação" insólita custo-benefício. E... o de longe ainda preferido viés do entretenimento! Ah, sim: o entretenimento sempre a permear todas as classes e segmentos - uns mais, outros menos - mas em geral priorizado!

Daí que soa inovadora e corajosa - auspiciosa - a disposição do CCBB de bancar iniciativas de qualidade em âmbito sócio-cultural e em caráter eventual. Mas ciente, claro, de que se trata de um programa de suplementação cultural, cujo alcance é de incerta aferição, mas com certeiros benefícios! 

Tome-se, por exemplo, a linha criteriosamente escolhida em "Pensamentos instigantes", que primou por iniciar cotejando Nietzsche e a música com o maestro Júlio Medaglia em conferência com Rosa Maria Dias, uma filósofa pós-graduada que se voltou para a transcendência da música pelo visor da filosofia. Ou ainda o astrônomo e filósofo Ronaldo Mourão, associado à doutora Conceição N. Gmainer, especializada em filosofia moderna, para conferenciar sobre Giordano Bruno e as constelações. Também a monja Coen, primaz fundadora da comunidade zen-budista em São Paulo, associando-se ao professor da USP, tradutor de livros e filósofo Marco Aurélio Werle, para expor e conversar com a platéia sobre Hegel, Goethe e Heidegger, entre outros cujas reflexões na disciplina filosófica contempla providencialmente a estética e a poesia. E ainda o fecho, decerto apoteótico, com "A filosofia e o universo", pela mediação e animação do assessor da Estação Ciência da USP na área de astrofísica, Augusto Daminelli, de uma conferência de Reinaldo di Lucia, pós-graduado em engenharia da qualidade e delegado da Conferência Espírita Pan-Americana e com trabalhos sobre filosofia publicados em livros e anais de congressos.

Por sua vez, "Vertentes Literárias" se fez inaugurar com ninguém menos do que Nélida Piñon, que em cem anos tornou-se a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras. Estabeleceu ela, na oportunidade, não só um padrão de entendimento e interação com a assistência, mas também, e principalmente, a medida do prestígio ou potência de nossa melhor literatura, ontem como hoje, no plano interno e externo. E a programação fluiu sempre dando ênfase à interação com a platéia, como se deu por exemplo com o conferencista Mamede Mustafa Jarouche, professor de língua e literatura árabe e autor de traduções diretas do árabe para o português, como a consumada do antológico Livro das mil e uma noites. Ou a conferência e prosa interativa de um literato do porte de Moacyr Scliar!

O "Vertentes Literárias" fechará a sua pauta do ano passante com chave de ouro ao trazer para expor, enriquecer e aprofundar o referencial literário da assistência atenta, o contista, cronista, romancista e araraquarense exemplarmente, comoventemente assumido Ignácio de Loyola Brandão. Seja o mesmo bem-vindo e que se demore bastante entre nós...
   
PS: Conjeturamos sobre a possibilidade, e necessidade, de se levar uma tal e especial promoção às clientelas (famintas de qualidade?) das ditas "universidades de bairro", não importando que tais instituições se achem instaladas em pleno corpo metropolitano de cidades grandes, especialmente as hipertrofiadas, inchadas! E sobremodo as feitas pólos secundários de diligente desenvolvimento regional. Lançado é o impertinente desafio...

* João Vieira, professor aposentado do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Mato Grosso e ex-diretor do Museu Rondon, é sociólogo.  [email protected] 

                       

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