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Congresso em Foco
30/9/2020 20:48
Além de estabelecer o corte do valor do benefício pela metade, a MP ampliou os critérios para a continuidade do pagamento do auxílio e definiu a concessão de mais quatro parcelas até o final do ano, mas só para aqueles que começaram a receber o benefício em abril. Quem teve o cadastro aprovado apenas em julho, por exemplo, terá direito a somente uma parcela do auxílio extensão.
Para as mães provedoras, a MP assegurou que seria mantido o pagamento do valor dobrado do benefício: isto é, R$ 600 correspondente ao auxílio residual.
Hoje (30), em entrevista à rádio Joven Pan, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que "o objetivo é que todas as pessoas recebam alguma parcela de auxílio até dezembro". No caso das mulheres chefes de família, os valores são R$ 1,2 mil (auxílio emergencial) e R$ 600 (auxílio extensão).
Não foi o que aconteceu com Jozileide Nunes, de Brasília (DF). Com duas filhas e um neto de 4 anos de idade dependentes dela, a vendedora de marmitas se surpreendeu ao saber que passaria a receber, a partir deste mês, só R$ 300 mensais.
"Até agosto, eu recebia R$ 1,2 mil. Portanto, o novo valor do benefício deveria ser R$ 600", aponta Jozileide. "Fui ao mercado do meu bairro e os R$ 300 que recebi mal deram para comprar o que precisávamos", conta. "Não sobrou nem para o gás, que a gente paga em dinheiro vivo. E quem vive de aluguel, como vai fazer, já que o pagamento desta despesa não é possível com cartão virtual?", pontua.
Extrema pobreza
O corte pela metade do valor do auxílio emergencial reduzirá em aproximadamente 20% a renda dos domicílios mais pobres do país, sustentados, em boa parte, pelo benefício. É o que revela estudo divulgado nesta terça-feira (29) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com os pesquisadores, a taxa de extrema pobreza vai mais do que dobrar, já considerando o mês de setembro. A estimativa, com o auxílio extensão em R$ 300, é que o índice salte de 2,3% para 5%, ficando acima dos 4,7% observados em maio.
O Ipea também aponta que, no último mês de agosto, cerca de 4,2 milhões de domicílios brasileiros tiveram como única fonte de renda o auxílio de R$ 600. O Nordeste foi a região com a maior proporção de residências que contaram apenas com o benefício, sem qualquer outra fonte de renda.
"Como as pessoas sobreviverão até janeiro?", questiona a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara, em referência à liberação de parte dos saques do auxílio extensão apenas em 2021, conforme os cronogramas divulgados ontem (29) pelo governo. "O ideal é que os beneficiários pudessem sacar o dinheiro no mesmo mês em que o auxílio é creditado na poupança digital", afirma Uehara. Segundo ela, a CEE continua reivindicando que o benefício seja pago por todo o sistema financeiro e não apenas pela Caixa Econômica Federal.
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