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O dia do juízo final

Congresso em Foco

13/5/2006 | Atualizado 20/5/2006 às 10:31

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Osvaldo Martins Rizzo*

 

Em uma clara manhã de primavera em Washington, durante uma rotineira reunião de assessores com o presidente dos EUA na Casa Branca, dá-se o seguinte diálogo:

- Recebi um relatório com a informação sigilosa de que um gigantesco asteróide chamado Apophis, do tamanho dos déficits fiscais e comerciais norte-americanos juntos, se aproxima celeremente e colidirá com a Terra aniquilando a economia mundial e, talvez, a humanidade - informa, tenso, um assessor presidencial para assuntos econômicos.

 - Por que não fui avisado antes? - pergunta, irritado, o presidente.

 - Segundo o relatório, vários analistas sérios tentaram alertá-lo sobre os efeitos econômicos do impacto. Mas o senhor está mais interessado nas desculpas para invadir indefesos países produtores de petróleo, gerando crises de oferta que ameaçam o crescimento mundial ao manter o preço do barril em níveis de altas históricas - responde, gaguejante, o assessor.

- Quanto tempo resta e quais são as minhas opções? - argüi o homem mais poderoso do planeta.

- É difícil precisar. Todavia, inevitavelmente, acontecerá em breve e sua única opção é escolher quatro casais de pessoas que irão se abrigar na estação espacial que orbita a Terra. Sobrevivendo ao apocalipse, procriarão e seus descendentes repovoarão o planeta quando as condições o permitirem - esclarece o assessor ainda tenso.


- Quatro casais é a capacidade máxima da estação? - questiona o presidente.

- Exato - confirma o assessor, perguntando se pode avisar à primeira-dama.

- Não vou levá-la, pois está velha para procriar e eu não. Escolherei uma jovem norte-americana branca com todos os predicados físicos para a função. Também irá um casal de chineses, pois eles se reproduzem velozmente e trabalham muito para ganhar pouco. Depois da crise, quero continuar trocando as baratas mercadorias deles pelos nossos caros pedaços de papéis pintados, nossos dólares e os títulos do Tesouro dos EUA. Temos de manter vivo o consumismo americano, o nosso way of life - afirma o convicto presidente.

- Onde devo buscar o terceiro casal? - indaga, curioso, o assessor.

- Na Suíça. Os suíços sabem lidar com finanças, além de serem muito discretos. Precisarei da banca para restabelecer a mesma ordem econômica mundial após o colapso financeiro - orienta o primeiro mandatário.

- Por acaso, o último casal será boliviano? - provoca, atrevidamente, o assessor.

- Nem pensar! Esse povo tem mania de patriotismo e leva a sério demais essa tal de soberania nacional. Será brasileiro - decide o presidente.

- Brasileiro? - reage com certo desdém o surpreso assessor.


- É a gente mais dócil do mundo. Aceitam tudo sem reclamar. Foram condicionados a recolher muito imposto, suportam uma carga tributária de quase 40% do PIB. Endividam-se pagando juros reais altíssimos. Descontada a inflação, a média anual é de quase 15% ao ano, mais que o dobro do segundo colocado mundial. Estão acostumados a viver com inflação alta. A média anual lá é de 10% desde a implantação do real. E gostam tanto de futebol como de serem iludidos por políticos. Continuarão nos sendo muito úteis no futuro como povo dominado - explica, detalhadamente, o presidente.

- Entendi. Tratarei dos detalhes da viagem e colocarei na sua mala a jaqueta com o brasão do império americano, copiada pelo seu colega brasileiro - informa, prestativo, o assessor.

- Faça isso e cancele meus próximos compromissos. Vou jogar golfe e, depois, começarei a experimentar as candidatas para escolher minha acompanhante na viagem. Gostei dessa parte do plano! - exclama, animado, o presidente.

* Osvaldo Martins Rizzo, engenheiro, foi conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

 

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