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Congresso em Foco
13/7/2005 16:24
Sônia Mossri |
A aprovação pelo Senado, por 44 votos a 31, do substitutivo do senador César Borges (PFL-BA), que fixa o valor do salário mínimo em R$ 275,00 não foi uma surpresa para Lula. No final da tarde, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), informou ao presidente que o governo perderia a votação. A nova estratégia governista é apressar a votação do projeto na Câmara ainda em junho, o que, até regimentalmente, é uma tarefa difícil. Lideranças da base aliada classificam como simplista a tese de assessores do Planalto de que seria fácil derrubar na Câmara o salário mínimo de R$ 275,00. Deputados candidatos podem atrapalhar De forma discreta, muitos parlamentares da base aliada celebravam o revés do governo no Senado. Antes mesmo da votação no plenário, senadores do partido afirmavam que a derrota obrigaria o Palácio do Planalto a entender que o PT chegou à Presidência da República para governar e não para implantar um novo absolutismo. O "imperialismo petista", como definiu um senador, limita as decisões de governo a um restrito grupo, que é mais do que sabido e conhecido. "Eles decidem e depois vêm ao Congresso buscar votos. Isso tem que mudar", reclama um cacique do PMDB. Bem-humorado, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acredita que o governo percebeu a lição da derrota de quinta-feira. "O governo precisa aprender e fazer desse limão uma limonada", disse Suassuna. O líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), discorda de Suassuna. "O governo está muito velho para aprender alguma coisa", ironizou. Já o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), esforçou-se em dizer aos repórteres que tinha feito a parte dele e evitado um racha maior no partido. Base rachada O senador João Batista Mota (PMDB-ES) se absteve. Senadores ligados ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como Roseana Sarney (PFL-MA) e Edison Lobão (PFL-MA), também votaram contra o governo. Roseana, filha de Sarney, ainda tirou um voto do governo, convencendo o senador João Alberto (PMDB-MA) a se ausentar da votação. De nada adiantou o esforço do governo para buscar votos, que incluiu ainda a negociação de dívidas de senadores com bancos federais e empresas estatais. Derrota de Lula Mesmo com essa pressão presidencial, Ramez Tebet foi liberado pelo próprio líder do PMDB para votar contra o governo. O governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, se encarregou de tirar o voto de Tebet. No mesmo dia da votação do salário mínimo no Senado, Zeca dava entrevistas em Campo Grande (MS) acusando Tebet de ter trocado o apoio ao governo pela liberação de recursos orçamentários. O senador Paulo Octávio (PFL-DF) se ausentou da sessão do Senado para deliberar sobre o salário mínimo com argumento inusitado: foi a um casamento na Holanda. A assessoria de Paulo Octávio afirmou que a viagem estava programada há três meses. Colegas de partido do senador faziam piadas sobre a viagem, referindo-se às ruas da luz vermelha, com exibição de mulheres na vitrine. Guerra na articulação Ficou claro que essa briga palaciana atrapalhou o desempenho do governo na tarefa de unir a base aliada. Teme-se que Dirceu continue sabotando o colega Aldo, atribuindo a ele a derrota do governo. |
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