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O senador Romário é o relator da CPI, enquanto Jorge Kajuru e Eduardo Girão são os presidente e vice-presidente, respectivamente
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
O Senado instalou nesta quarta-feira (10) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das apostas esportivas. Proposta pelo senador Romário (PL-RJ), a CPI terá o ex-jogador de futebol como relator. Já os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Eduardo Girão (Novo-CE) serão o presidente e o vice-presidente, respectivamente.
A CPI das apostas esportivas do Senado foi proposta pelo senador Romário (PL-RJ), presidente da Comissão de Esporte. A ideia é apurar denúncias de suspeitas de manipulação de jogos de futebol ligados a ganhos com apostas esportivas. A Câmara teve um colegiado com o mesmo objetivo em 2023.
"[Queremos] colocar tudo a limpo, abrir as caixas-pretas das casas de apostas que existem no nosso país, entender e conhecer melhor que tipo de manipulação que vem acontecendo. E quem são os atores dessa manipulação", disse Romário.
Segundo Kajuru, caso a comissão encontre culpados por manipulação, o colegiado pedirá o banimento dessas pessoas do futebol.
O requerimento do senador que criou a nova CPI das apostas esportivas no Senado indica que as investigações podem durar até seis meses. A primeira sessão de trabalhos é na próxima quarta-feira (17).
A escolha de Romário, Kajuru e Girão para liderar a CPI foi feita por acordo entre os participantes do colegiado. Os senadores que fazem parte da comissão foram indicados na terça-feira (9) pelos líderes partidários do Senado.
Com um objetivo igual ao da comissão da Câmara, a CPI terá como foco as apostas esportivas. O colegiado dos deputados durou quatro meses, mas chegou ao fim sem que o relatório final fosse aprovado e, assim, sem nenhuma recomendação de providências.
O tema chamou a atenção com um escândalo no final de 2022. Na época, o Ministério Público de Goiás identificou um esquema de manipulação de resultados em aplicativos de apostas sobre jogos das séries A e B do Brasileirão. Atletas e observadores supostamente combinavam condutas específicas, como faltas e resultados de pênaltis, e compartilhavam os lucros das apostas.
No Senado, Girão indicou que o futebol estaria sob "grande ameaça" por causa das apostas esportivas. As chamadas bets são legais, com lei aprovada no Congresso.
"Infelizmente, nós temos esse desafio aqui para trabalhar, que foi a aprovação dessas apostas esportivas", disse Girão. "Precisamos redobrar os cuidados e ver até que ponto isso pode nos afligir a todos, porque eu acredito muito que a pureza, a essência do futebol está sendo afetada - está sendo afetada - porque essa turma não tem limites".