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Para não antecipar 2006

Congresso em Foco

13/7/2005 16:32

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Sônia Mossri


As eleições municipais de outubro, avisa o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES), inevitavelmente vão acabar se transformando em um debate entre o governo Fernando Henrique Cardoso e a administração Lula.

"Nós vamos ter que comparar governos. O PSDB vai pegar áreas onde o Fernando Henrique Cardoso tenha sido mais eficiente para apresentar e nós vamos apontar áreas onde o governo Lula é mais eficiente. A imagem do governo Lula vai ser um peso ou um motor para os candidatos", disse.

Congresso em Foco - O governo fez um esforço enorme para aprovar o salário mínimo de R$ 260,00 na Câmara e o resultado mostrou que o PMDB rachou. Metade não aprovou o projeto governista. Como o senhor avalia esse comportamento de um partido que tem dois ministros?

Renato Casagrande - Eu avalio com naturalidade porque o PMDB é um partido que majoritariamente aprova o governo, mas tem a sua dissidência. Isso no PMDB não é nenhuma novidade. Isso já acontecia no governo Fernando Henrique Cardoso. Se você buscar o resultado das votações mais polêmicas do governo Fernando Henrique Cardoso, a maior parte do PMDB apoiava o governo e uma parte menor era contra. O PMDB é um partido dividido por natureza. Ele é composto por forças divergentes e diferentes. Tanto que o Garotinho (Anthony Garotinho, secretário de Segurança do Rio de Janeiro) atuou ativamente para que se votasse contra o mínimo. O governo tem que conviver com isso, com partidos e deputados que têm ligação com o governo, mas a sua ligação maior é com outra liderança ou outras posições.

"O PMDB é um partido dividido por natureza.
Ele é composto por forças divergentes e diferentes"

Mas os partidos da base do governo também têm suas divisões internas.

Vejo com naturalidade também a posição de alguns deputados do PT e do próprio PSB. Nós estamos em uma fase de transição. O nosso partido era oposição até outro dia e é muito recente a defesa feita por esses deputados de posições que eles têm que votar na atualidade, apoiando o governo Lula.

O senhor não acha que, após um ano e meio de governo Lula, já não houve tempo suficiente para que governo e base aliada se entendessem?

Acho que estamos em uma democracia em formação. Já está se consolidando um bloco de oposição no Congresso Nacional, o que não era muito visível no ano passado. Em 2004, por algumas falhas do governo, esse bloco de oposição se consolidou de forma mais clara. Na base aliada, por enquanto, nós sempre vamos ter esse problemas. Têm parlamentares que nasceram para ser oposição. São poucos. Não são muitos, mas há alguns que não conseguem, nas votações mais polêmicas, que exigem um desgaste maior, votar com o governo. A democracia, quando vai amadurecendo, impõe isso. O partido que é da base do governo ou sai, mudando sua posição no parlamento, ou ele vai continuar na base aliada e sofrer o desgaste de ser governo. Alguns partidos estão inventando uma posição sem forma. Não tem como fugir do desgaste de ser governo.

"O partido que é da base do governo ou sai, mudando sua posição no parlamento, ou ele vai continuar na base aliada
e sofrer o desgaste de ser governo. Alguns partidos estão inventando uma posição sem forma"

O senhor avalia que deverá haver mudanças na base aliada, dependendo da popularidade do governo, ao se aproximar as eleições de 2006, quando o presidente Lula disputará mais um mandato?

Eu acho que, se o governo estiver mais forte, a reeleição começa mais tarde. Se o governo estiver fraco, a reeleição começa logo após a eleição municipal.

O que o governo precisa fazer para evitar a antecipação da campanha presidencial?

Ter resultados positivos no processo administrativo. O governo começou a ter. Há indicadores que apontam uma recuperação do crescimento, que pode dar um respaldo político maior ao governo. O governo somente terá sucesso se conseguir melhorar concretamente a vida das pessoas, diminuindo o desemprego, aumentando o número de pessoas atendidas pelos programas sociais. Se o governo conseguir sucesso na área administrativa e na área política, ele consegue adiar o processo da sucessão em 2006. Agora, se o governo patinar, como patinou no início do ano, o processo eleitoral começa exatamente na campanha municipal. Aliás, já começou, com a candidatura de José Serra em São Paulo, que veio para a antecipar o processo eleitoral. O José Serra não é candidato a prefeito. Ele é candidato a prefeito com discurso de presidente da República.

"A candidatura de José Serra em São Paulo veio para a antecipar o processo eleitoral. O José Serra não é
candidato a prefeito. Ele é candidato a prefeito com
discurso de presidente da República"

O senhor disse que o governo patinou no início do ano. O que mudou na área política e administrativa?

Eu acho que o governo começou a mudar quando começou a ter resultado na área administrativa. A política de desenvolvimento do governo começou a demonstrar resultado. O crescimento é pequeno, mas, se mantivermos o crescimento que está indo, chegaremos até 6% no período de um ano. O governo está mudando o perfil da dívida. Apesar de estar muito lento na redução dos juros, as taxas caíram de 26,4% para 16% e não aumentaram. O resultado político é devido a isso e à seqüência de erros que o governo teve. Foram tantos os erros que o governo está aprendendo a não cometer os mesmos erros. Se você observar a condução da denúncia no Ministério da Saúde, acho que está exemplar. Não está se vacilando nas medidas para se apurar a máfia que trabalhava no ministério da Saúde.

"Foram tantos os erros que o governo está
aprendendo a não cometer os mesmos erros"

Como a base aliada vai trabalhar na campanha municipal? O governo Lula vai estar presente na campanha.

Ah, vai mesmo.

Quais os pontos positivos que vocês mostrarão?

Vamos ter de concreto os investimentos maiores da área social. O governo vai ter que capitalizar isso. Nós vamos ter o aumento da oferta de crédito. Dentro disso, você pode apresentar a política da agricultura familiar, que teve um aumento grande de recursos. Você pode destacar o programa de empréstimos a aposentados com desconto em folha. Você pode destacar a duplicação de recursos para programas de ações compensatórias. Pode-se destacar a política econômica. Num debate mais profundo, você pode comparar a política econômica do Fernando Henrique Cardoso e o que está sendo a do governo Lula. Nós vamos ter que comparar governos. O PSDB vai pegar áreas onde o Fernando Henrique Cardoso tenha sido mais eficiente para apresentar e nós vamos apontar áreas onde o governo Lula é mais eficiente. A imagem do governo Lula vai ser um peso ou um motor para os candidatos.

"A imagem do governo Lula vai ser um peso
ou um motor para os candidatos"


O senhor avalia que a sensação de desgoverno que alguns analistas políticos e pesquisas de opinião revelam existir está se reduzindo? A aprovação do salário mínimo de R$ 260,00 na Câmara ajudou nisso?

O governo teve uma vitória importante para o processo de estabilidade política, que tem reflexos na economia. O que levou boa parte dos parlamentares a votar o salário mínimo de R$ 260,00? Primeiro, é uma questão política. Se o governo perde essa votação na Câmara....Já tinha perdido a votação do bingo no Senado. Se perdesse na Câmara o salário mínimo, que é uma questão emblemática para o governo, criaria uma instabilidade que iria ter repercussão muito forte na área econômica. O que é importante salientar nisso tudo? É que nós, nossos partidos, especialmente o PT, que é majoritário, defendemos propostas mirabolantes no passado como oposição. Nós nunca tínhamos sido governo e o PFL e o PSDB nunca tinham sido oposição. Eles estão aprendendo a ser oposição e nós a ser governo. Tenho certeza que, na alternância de poder, quando nós voltarmos a ser oposição, nossas propostas serão muito mais racionais do que passado.

"Se perdesse na Câmara o salário mínimo, que é uma questão emblemática para o governo, criaria uma instabilidade que iria ter repercussão muito forte na
área econômica"

O senhor avalia que o presidente Lula tende a ficar cada vez mais próximo do Congresso?

O presidente Lula me disse na viagem à China que ele pessoalmente iria fazer a relação com o Congresso Nacional. Lógico, além do trabalho do Aldo (Aldo Rebelo, ministro da Coordenação Política) e de todo mundo. Ele pessoalmente construiria uma relação com deputados e senadores.

Os parlamentares se sentem prestigiados com isso?

Tem deputado que nunca viu o Lula e nunca cumprimentou o presidente.

Isso ajuda muito?

Ajuda. Política é relação humana.

O senhor acha que os ministros melhoraram o atendimento aos parlamentares?

Os ministros precisam passar por um curso intensivo de relação com o Congresso. Alguns chegaram ao cargo de ministro, mas eles ficaram devendo disciplina no curso (risos). Ele têm que fazer recuperação para poder se manter como ministro porque muitos não fazem a relação com o Congresso.

Como fica a imagem do governo, com uma aparente desarmonia entre ministros, com cada um falando o que quer?

Acho que, com o José Dirceu (ministro-chefe da Casa Civil) passando a exercer a função efetiva de coordenar a parte gerencial, que isso é eliminado.

Mas ele está fazendo isso? A impressão que se tem é que cada ministro fala o que quer, muitas vezes com opiniões contrárias a decisões de governo.

Acho que está fazendo. Nós temos um governo com muitos ministérios. É difícil coordenar isso porque há muita gente com poder de comando. Não é fácil coordenar isso. O processo vai ajustando isso. Acho que tem que ter alguém que, antes de chegar ao presidente da República, receba os ministros.

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