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Relatório do Coaf mostra que Queiroz movimentou, no total, R$ 7 milhões entre 2014 e 2017[fotografo]Reprodução / Facebook[/fotografo]
O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, determinou a suspensão do procedimento investigatório que apura movimentações atípicas do ex-policial Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e outros assessores da Assembleia do Rio. O pedido foi feito pela defesa do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
Fux determinou que o processo fique parado até que o relator sorteado para o caso, ministro Marco Aurélio Mello, decida se o procedimento deve prosseguir ou não. Desde a última segunda-feira as decisões da corte são tomadas por Fux, que é o vice-presidente da corte, em sistema de plantão. O recesso dos ministros acaba no próximo dia 1º.
O Ministério Público do Rio de Janeiro, que conduz as apurações, informou que não vai se manifestar sobre o assunto porque o caso tramita em sigilo. A assessoria de Flávio diz não ter informações sobre o pedido de suspensão.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou como atípica uma movimentação financeira de R$ 1,2 milhão feita por Queiroz no período de um ano. Ele recebeu sistematicamente repasses de oito funcionários lotados no gabinete de Flávio Bolsonaro.
Suspeita de rachadinha
[caption id="attachment_372225" align="alignright" width="443"]Flávio Bolsonaro não comparece ao MP para esclarecimentos sobre caso Queiroz
Quebra de sigilo O MP-RJ diz que tem elementos para prosseguir com as investigações mesmo sem ouvir a família Queiroz e indicou que pedirá a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-policial militar que trabalhou no gabinete do filho do presidente na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A mulher de Queiroz, Márcia de Aguiar, e suas filhas Nathália e Evelyn faltaram ao depoimento que estava marcado para o início da semana passada, o que provocou a reação dos procuradores. “Vale destacar que a prova documental encaminhada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao MP-RJ tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal”, destacou o Ministério Público. “O direito constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso necessário”, acrescentou o comunicado.Ministério Público sinaliza quebra do sigilo fiscal e bancário de Fabrício Queiroz
Furna da Onça Os dados de Queiroz foram incluídos em investigação do Ministério Público Federal que culminou na operação Furna da Onça, deflagrada em novembro. A ação prendeu dez deputados estaduais do Rio de Janeiro. Os políticos são suspeitos de envolvimento no chamado “mensalinho” da Alerj. Flávio Bolsonaro e Fabrício não foram alvo da operação. Porém, o ex-assessor de Bolsonaro é citado em levantamento feito pelo Coaf a pedido do MPF de movimentações financeiras suspeitas envolvendo funcionários e ex-servidores da assembleia. O filho do presidente não está entre os investigados até o momento. Homem de negócios Segundo o relatório do Coaf, de R$ 1,2 milhão, R$ 320 mil foram em saques, sendo que R$ 159 mil sacados em agência no próprio prédio do legislativo estadual. Foi identificado um repasse de R$ 24 mil para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. De acordo com o presidente, o dinheiro faz parte de um empréstimo no valor de R$ 40 mil feito por ele a Fabrício, que é seu amigo. O ex-assessor disse, em entrevista ao SBT, que é um homem de negócios e que trabalha com a compra e venda de veículos. Ele negou haver qualquer irregularidade nas transações financeiras. Os investigadores estranharam o fato de parte do salário de funcionários do gabinete de Flávio ter sido depositada na conta de Queiroz logo após o pagamento da assembleia.Queiroz diz estar revoltado com comentários sobre vídeo em que dança: “Foram 5 segundos de alegria”