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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha, Erick Mota, Larissa Calixto
21/11/2019 16:50
Como o senhor avalia a liberação de agrotóxicos no governo Bolsonaro?
O problema não é estar liberando, essa não é muito a questão. A questão é o governo não tá entendendo que o mundo mudou. O Brasil é um país tropical, é úmido tem um número maior de pragas do que outros lugares, aqui realmente é mais difícil. O produtor do Brasil está acostumado a produzir utilizando veneno, só que você tem muitas vezes uma utilização excessiva. O próprio agrônomo que receita, ele também vende o veneno, então assim, tem o interesse em receitar a utilização massiva de veneno. Só que o mercado consumidor tá diferente. O mercado consumidor fica procurando produto orgânico. As prateleiras de orgânico estão crescendo no supermercado, as feiras de orgânicos vem se proliferando. A população quer alimento mais saudável. O Brasil é um dos países com a maior taxa de câncer no mundo e ninguém sabe porquê. O governo ao mesmo tempo que deve continuar analisando os pedidos de registro. Autorizando o que deve ser autorizado e deferindo o que deve ser deferido até porque é um ato vinculado, a empresa vem e pede o registro se não tem problema não tem porque não registrar o agrotóxico e liberar a venda, mas por outro lado, o governo não sinaliza numa outra direção, que é uma direção que o mercado consumidor quer, né?
Já está havendo uma consciência de que é possível crescer economicamente com o agronegócio sem atacar o meio ambiente?
Se a gente for ver é o seguinte, a agricultura brasileira ocupa 60 milhões de hectares, a pecuária, 174 milhões de hectares, se a pecuária brasileira nesses 174 milhões sair de um boi por hectare, que é a nossa média hoje, para dois bois por hectare, vão liberar uma área maior do que a área hoje ocupada pela agricultura brasileira sem precisar desmatar, nós estamos falando em liberar quase 80 milhões de hectares apenas dobrando a produtividade. Você tem o gado europeu com quase 60 [bois] por hectare, no Brasil é um [boi por hectare]. Então, é possível racionalizar a utilização da terra, continuar produzindo inclusive dentro da pecuária e sem precisar abrir novas fronteiras, então assim, acho que esse é um desafio gritante.
Em termos de proposição de projetos, o que o senhor destacaria como prioridade? Por exemplo, o senhor estava falando muito que o Congresso está muito na política da contenção de danos, mas o que o senhor acha que é viável?
Acho que de maneira muito clara a gente precisa incentivar a proteção da floresta isso inclui uma série de outras medidas. Nós temos que enfrentar o problema de grilagens de terra, isso tem sido historicamente muito difícil, só pra você ter uma ideia de todos os projetos que tramitam nesta casa na área ambiental, nenhum enfrenta o problema de grilagem de terra, pelo contrário, tem muito projeto caminhando para facilitar a revitalização de terras griladas. Eu cheguei a fazer uma proposta para o agro agora de abrir mão do meu projeto do meu projeto de combate a impunidade, desde que eles assumam a autoria e a gente vote. Eu passaria a autoria desse projeto de combate a impunidade para o agronegócio, ficaria o carimbo do agro, o agro que propôs, o agro que ganha, mas que a gente tenha isso. Eu estou com uma proposta aqui pra gente agravar as penas e o crime ambiental não ser mais considerado um crime de menor potencial ofensivo. Acho que se a gente ver incentivo para conservação, tiver uma estratégia com as terras públicas, fim da grilagem e a questão de combate a impunidade a gente já vai ter avançado muito. Obviamente que teriam outras medidas eu acho que o governo é muito reticente, por exemplo a criação de novas áreas protegidas, novas terras indígenas que fariam parte dessa medida, né? Para intensificar a fiscalização, que eu acho que é o máximo que o Congresso pode fazer é cobrar e liberar recurso dentro das propostas orçamentárias para que a fiscalização aconteça, mas quem faz a fiscalização mesmo é o Ibama, o ICMBio e os órgãos estaduais.
A bancada do agronegócio, o senhor tem uma estimativa de quantas cadeiras ela ocupa dentro da comissão de meio ambiente hoje?
Historicamente ocupa a maioria, mas isso não está sendo um problema. A gente tem conseguido aprovar um número grande de projetos desde que começou dentro da comissão é claro que levar a plenário é uma outra conversa, mas pelo menos nas comissões a gente está conseguindo avançar. E eu acho muito desafiador a questão do ponto de vista de como é que a gente sai dessa cilada né? De uma briga entre oposição e situação e que tá paralisando o funcionamento da comissão. É uma cilada, eu acho.
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