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A pré-candidatura de Simone Tebet é articulada pela ala do partido mais ligada ao presidente da sigla, o deputado Baleia Rossi (SP). Foto: Roberto Castello
Única mulher até o momento a figurar na corrida ao Palácio do Planalto para 2022, a senadora Simone Tebet (MS) teve sua pré-candidatura pelo MDB à Presidência da República oficializada nesta quarta-feira (8). O evento ocorreu em Brasília e ao discursar, a senadora apostou as fichas no tema economia.
Responsabilidade fiscal e combate à fome deram a tônica das falas dela. Ela também fez críticas ao atual governo, afirmando que se trata de um governo sem responsabilidade social, ao mesmo tempo que evitou ataques a outros nomes postos.
Além da economia, o resgate democrático também marcou as falas de Tebet. Historicamente a redemocratização é um tema caro ao MDB. O discurso também foi marcado por ataques ao governo de Jair Bolsonaro. Membro da bancada ruralista, a senadora considerou "desastrosas" a política ambiental do presidente e pediu pela preservação do meio ambiente.
A pré-candidatura de Simone Tebet é articulada pela ala do partido mais ligada ao presidente da sigla, o deputado Baleia Rossi (SP). O nome dela, no entanto, surge com o desafio de mostrar-se viável. Isso porque, enfrenta alguma resistência de políticos mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, especialmente o ex-senador Eunício Oliveira, que enxergam a possibilidade de uma aliança com os petistas. Outra falta de apoio dentro da cúpula partidária é do senador Renan Calheiros, que foi relator da CPI da Covid no Senado. O senador também é aliado de Lula.
Conversas com outros nomes que tentam se viabilizar na terceira via também são aguardadas. Nesse sentido, participam da cerimônia os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do União Brasil – partido em vias de formação -, Luciano Bivar. Os tucanos têm como pré-candidato ao Palácio o governador de São Paulo, João Doria.
O nome de Simone Tebet surge em meio a descrença e resistência dentro da cúpula do partido. Questionada por jornalistas sobre um "plano B", caso a candidatura não decole, a senadora disse que não há.
"A chance de nós continuarmos [com a candidatura] é a mesma de qualquer partido que está lançando candidatura própria. A minha chance é igual. Nem mais nem menos. O mais importante é que a presença deles mostra que nós estamos unidos no único ideal de garantir sempre a democracia"
A posição corrente agora no MDB é que seu nome deve ser testado para que o partido avalie o desempenho e receptividade que terá nos próximos meses e, assim, tome a decisão de mantê-la ou não na disputa no início do ano que vem, possivelmente até março.
Afim de tentar se desvincular de um partido elitista, o evento de pré-candidatura foi marcado por apelo as bases sociais o partido, como o núcleo do MDB mulher, afro e da diversidade.
Ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet teve atuação destacada na CPI da Covid. Ela já foi vice-governadora do Mato Grosso do Sul e prefeita da cidade de Três Lagoas (MS). Apesar de aguardado um discurso que resgatasse os problemas da pandemia, o assunto não esteve no roteiro da pré-candidata.
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