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Chacina do Jacarezinho: não podemos deixar esse resultado falando sozinho

Congresso em Foco

7/5/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:08

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Bahia é o estado com maiores índices absolutos de violência policial, e Amapá possui as forças policiais proporcionalmente mais letais. Foto: Divulgação/PMERJ

Bahia é o estado com maiores índices absolutos de violência policial, e Amapá possui as forças policiais proporcionalmente mais letais. Foto: Divulgação/PMERJ
Jean Paul Prates* Vinte e cinco mortos, nove horas de terror, granadas, cartuchos de balas e rastros de sangue pelas ruas e até no quarto de uma criança de nove anos. O terror vivido pelos 40 mil moradores da Comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro sacudiu o País, nesta última quinta-feira (6): uma lembrança amarga de que a bocarra da necropolítica não se sacia com 417 mil mortes evitáveis na pandemia. Não basta esperar sentado,  prescrevendo placebos, ridicularizando cuidados, negando oxigênio e vacinas,  e deixando que o vírus faça a sua parte. É preciso ir buscar as vítimas em casa, sempre nas moradias precárias das periferias desassistidas de tudo - e que ninguém acuse a necropolítica de passividade. E o resultado está aí: 25 mortos (entre eles um policial), nove horas de terror, balas, sangue e mais um trauma para esse país exausto de ver  o fundo do poço sendo mais e mais escavado-e logo quem, as autoridades, que deveriam zelar pelo bem-estar, saúde e segurança de um povo atônito e atirado às feras. Numa tragédia como a registrada no Jacarezinho esta semana, não há como destacar uma "pior parte". Mas é fundamental ecoar o alerta de ativistas antirracistas como o advogado e filósofo Silvio Almeida, que classificou a entrevista coletiva pós-chacina da polícia do Rio de Janeiro como "o grau zero da barbárie". "O recado foi dado de forma límpida e clara: não haverá lei ou tratado internacional que pare essa gente. Eles já definiram quem merece morrer", advertiu Silvio Almeida. Ele tem razão. E é por isso que esta nova chacina não pode ser assistida como algo distante de quem não vive no Rio, não mora no Jacarezinho e não passou nove horas sob o zumbido das balas e o matraquear dos helicópteros. Na entrevista coletiva, divulgada acriticamente pelos meios de comunicação mainstream, ouve-se um representante da polícia afirmar que os 24 mortos da comunidade "não eram suspeitos. Eram bandidos" - e dane-se o devido processo legal. Mais alarmante foi ouvir outro representante da polícia criticarem o "ativismo judicial" que "não está do lado da Polícia Civil nem da sociedade de bem", numa clara alusão à determinação do Supremo Tribunal Federal de suspender operações nas comunidades durante a pandemia. Segundo esse delegado da polícia Civil do Rio de Janeiro que quer "o bem da sociedade". Parece a Lava Jato, que sequestrou a lei, as instituições e o Estado de Direito para fazer valer sua concepção celerada de combate à corrupção. Só que é muito pior, porque esse é um sequestro armado até os dentes, onde as vítimas estão mortas e não serão reivindicadas com o passo da História e o arrefecimento da histeria. Não se enganem: a explicação da chacina por seus autores deixa claro que quinta-feira foi no Jacarezinho. Amanhã pode ser em qualquer lugar, enquanto perdurar essa besta faminta da necropolítica. Numa coisa os representantes da Polícia Civil têm toda razão: o resultado da operação no Jacarezinho "fala por si só". A sociedade minimamente saudável que está do lado de cá não pode deixar esse resultado falando sozinho. *Jean Paul Prates é senador da República pelo Rio Grande do Norte e líder da Minoria no Senado O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected]. > Leia mais textos do autor.
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Rio de Janeiro Polícia civil Lava-Jato chacina Jean-Paul Prates Jacarezinho covid-19 pandemia necropolítica

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