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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Eduardo Militão
2/2/2013 | Atualizado 17/2/2013 às 6:58
[fotografo]José Cruz/ABr[/fotografo][/caption]"O rio corre para o mar", anunciava na quinta-feira (31) um senador peemedebista pouco confortável em votar em Renan Calheiros (PMDB-AL), mas que o apoiou para evitar represálias no partido e pela falta de opções dentro da legenda. O resultado esperado se confirmou com os 56 votos obtidos por Renan na votação secreta de sexta-feira (1º). Porém, havia a expectativa por um desempenho melhor do candidato independente Pedro Taques (PDT-MT), especialmente após o anúncio de que teria o apoio maciço da bancada do PSDB no Senado.
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Porém, logo que os votos começaram a ser contados ficou evidente que os 11 votos prometidos pelo PSDB não apareceram nem de longe, apesar do anúncio oficial feito por Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano, pré-candidato à Presidência da República em 2014, empenhou-se em levar o partido a um polo distante de Renan, o candidato com as bênçãos do Palácio do Planalto. Para senadores ouvidos pelo Congresso em Foco, o episódio foi uma derrota para Aécio, que mostrou uma liderança fragilizada entre seus colegas. Mas, lógico, não o suficiente para implodir seus anseios de disputar as eleições presidenciais no ano que vem.
Taques teve apenas 18 votos. A expectativa é que chegasse ao menos a 23. Somadas, as bancadas dos partidos que apoiaram o pedetista totalizam a 25 senadores. E ainda havia parlamentares independentes, como Ana Amélia (PP-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), com os quais o grupo contava. Nesse cenário, os tucanos têm sido apontados como principais responsáveis pelo fiasco.
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Reservadamente, o próprio Aécio confidenciou que se surpreendeu com a votação baixa. Não imaginava, é verdade, que os correligionários Flexa Ribeiro (PA) e Mário Couto (PA) apostassem suas fichas no azarão Taques em nome da ética. Flexa mirava a primeira secretaria do Senado, cargo para o qual acabou eleito. Apelidada de "prefeitura" da Casa, o órgão administra licitações, contratos e um orçamento de R$ 3,5 bilhões. O PMDB ameaçava não apoiá-lo no posto se houvesse 22 ou 25 votos do lado que Taques. Com a baixa votação do "anticandidato", o senador tucano conseguiu ser escolhido, sem problemas, para o poderoso cargo.
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Decepção
Mas Aécio imaginou que haveria mais senadores negariam o voto a Renan. Daí a decepção. Ao posar para fotos junto com Taques, na quinta-feira, o neto de Tancredo Neves se expôs e testou sua liderança na Casa. O termômetro não indicou um bom resultado, segundo senadores ouvidos pelo site. "Mostra que o Aécio tem fragilidade de liderar", analisou um petista. Outro entende que o resultado único é o desgaste.
Senadores do PT faziam piada com a perplexidade de Taques com a promessa não cumprida de votos vinda do PSDB. Eles estimam que os tucanos despejaram ao menos sete votos em Renan. Dos 11 votos, só quatro teriam ficado com Taques. A estatística não está distante do que sugere a calculadora dos independentes. "Tem gente que não entregou o que havia prometido", avaliou Randolfe Rodrigues (Psol-AP).
| A íntegra do discurso de Renan A íntegra do discurso de Pedro Taques Tudo sobre a eleição da Mesa |
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Malandro
No PMDB, a postura do PSDB foi vista como lealdade. Para eles, acerta quem considera a eleição no Senado uma questão interna, resolvida na base das amizades e compadrios, e não numa disputa governo-oposição. O ex-líder dos tucanos rechaça as críticas. "Atribuir essas traições a nós é mais do que deselegância e injustiça, é má-fé", disse Álvaro Dias. Ele não aceita as avaliações de lealdade com o PMDB. "Para o PSDB, é um elogio de malandro."
A reportagem procurou Aécio na tarde de ontem, mas não obteve retorno de sua assessoria. Ele deixou o Senado antes do fim das votações, segundo seus auxiliares.
Sorrisos e choro
A votação de Renan fez os aliados se alternarem entre lágrimas e risadas. Era só sorrisos o senador Fernando Collor (PTB-AL), que teve Renan como seu líder de governo quando foi presidente da República (1990-1992). Depois de receber muitos cumprimentos, Renan observou um Gim Argello (PTB-DF) a chorar. Com cuidado, limpou os olhos do colega.
Mais tarde, Gim tornava público seu descontentamento com o presidente recém-eleito. Ele queria que Renan impedisse a escolha, no voto, do novo titular da terceira-secretaria. Gim Argello queria Magno Malta (PR), que deveria ser o preferido de acordo com a chamada proporcionalidade partidária (que impõe a divisão dos cargos da Mesa de acordo com o tamanho das bancadas), mas o PMDB havia fechado acordo para dar o cargo para Ciro Nogueira (PP-PI). No voto, deu Ciro.
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