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Congresso em Foco
8/6/2011 5:26
Eduardo Militão
Ao deixar o Palácio do Planalto, após a cerimônia de posse de Gleisi Hoffmann, que passa a substituí-lo, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci reconheceu que já não tinha mais condições políticas de permanecer no cargo. Mesmo a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de não abrir inquérito contra ele foi capaz de arrefecer a sua situação. "O mundo jurídico não trabalha no mesmo diapasão do mundo político", analisou Palocci.
Para o ministro, o desgaste provocado pelas denúncias sobre seu enriquecimento lhe tiraram as condições políticas de continuar exercendo o cargo, comandando a articulação política do governo. Assim, segundo ele "para ajudar o governo", Palocci preferiu sair.
No seu discurso de despedida, ele lembrou que, desde 2002, época da primeira vitória de Lula à Presidência, trabalhou para construir pontes e fortalecer o diálogo em meio a problemas. ?Se vim para ajudar a promover o diálogo, saio agora para ajudar a preservá-lo?, afirmou Palocci. Conflitos na relação com a base aliada no Congresso ajudaram a agravar a situação de Palocci, mesmo depois do arquivamento da investigação criminal contra ele, por suspeita de tráfico de influência e enriquecimento ilícito.
Ao final da cerimônia, o ex-ministro reafirmou que sua permanência no cargo em momento de conflito poderia atrapalhar o governo. Palocci não disse a que se dedicará nos futuro, logo depois da quarentena de quatro meses em que receberá salários e ficará impedido de atuar na iniciativa privada. Ele disse aos jornalistas que não sente nenhum ressentimento. ?Não carrego nenhuma mágoa, não carrego nenhum ressentimento, a política é assim?, resignou-se Palocci.
Antes de discursar, ele foi saudado com palmas de 35 segundos perante uma plateia que reunia petistas, ministros, líderes e parlamentares de partidos como PMDB, PR e PP. Palocci disse não querer transformar o momento em tristeza.
Tristeza
Apesar disso, a presidente Dilma foi enfática: ?Estaria mentindo se dissesse que não estou triste. Tenho motivos para lamentar a saída de Antonio Palocci?, afirmou ela. Ao agradecer ?de fundo do coração? por tudo o que o ministro fez por ela e pelo governo, Dilma embargou a voz e recebeu palmas da plateia.
A presidente lembrou que Palocci foi um dos três ?artífices? Da Vitoria nas eleições passadas, junto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra. As alianças políticas foram costuradas pelo ex-chefe da Casa Civil.
Ao dar posse a Gleisi, a presidenta disse para ela se preparar para enfrentar o desafio de manter o crescimento econômico, controlar a inflação e distribuir renda. Dilma ainda fez acenos à base aliada no Congresso, ao agradecer nominalmente aos líderes governistas e lembrou que o Palácio estará preparada para governar e vencer as futuras pressões políticas.
?Jamais ficaremos paralisados diante de embates políticos?, afirmou a presidente. Ela ainda afirmou que a oposição deve entender que ?o interesse nacional? deve se sobrepor às brigas partidárias circunstanciais.
Mais acenos
Ao discursar, a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, fez mais acenos à base aliada no Congresso. Lembrou que o fato de Dilma ter escolhido uma senadora para o cargo demonstra o apreço pelo Legislativo. ?A política dá sentido à técnia, e esta qualifica a política?, disse ela, a dois metros de seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que recebeu um elogio da esposa durante o discurso.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse esperar que, na esteira da troca de Palocci, o governo promova outras mudanças para melhorar a articulação política e a relação com os partidos aliados.
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