Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Combater a violência de gênero: um desafio da sociedade brasileira

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Combater a violência de gênero: um desafio da sociedade brasileira

Congresso em Foco

8/3/2006 0:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Iara Bernardi*

Mais um mês de março e, com ele, inicia-se a passagem de uma data muito significativa para as mulheres de todo o mundo: o Dia Internacional da Mulher. Quando analisamos a questão feminina retrospectivamente, causa-nos enorme entusiasmo perceber o quanto avançamos nas últimas três décadas.

Há mais de 25 anos trabalhando pelos direitos femininos, percebo, porém, que temos lados distintos da luta: grandes vitórias e situações espantosas que não acompanham essa evolução. Lembrar das conquistas é muito bom para todas nós, brasileiras. A contar de 1932, quando passamos a ter direito ao voto, muito se evoluiu. A inserção das mulheres no mercado de trabalho, a ampliação da participação feminina nas esferas de poder e na política, além da criação dos conselhos e delegacias da mulher são progressos que valem a pena ser lembrados.

Pesquisa da Fundação Perseu Abramo registra que uma a cada cinco brasileiras (19% da população feminina) afirma ter sido agredida por homens - fisicamente, psicologicamente ou na forma de assédio sexual - e mais da metade delas assume que não procurou ajuda. Diante do progresso que já tivemos em relação à estrutura de apoio às mulheres, com a criação das delegacias especializadas e das casas abrigo por exemplo, este é um dos dados que mais nos espantam. Porém, quem trabalha com mulheres nessa situação conhece os motivos da omissão.

Existem peculiaridades em relação à mulher agredida no âmbito familiar. Na maioria dos casos, a vítima é tomada inicialmente pela vergonha, se negando a expor o problema para amigos ou autoridades policiais. Se a situação foge do controle e a vítima percebe que não há outra solução senão a denúncia, surge outro sentimento: o medo de estar sozinha, de sofrer ameaças, dos filhos ficarem sem a referência masculina. A mulher é aquela que exerce o papel de preservar o núcleo familiar e, para ela, a solução ideal é que o agressor mude sua postura e seus atos, e não que saia de casa.

Para combater essa triste realidade, o governo Lula, por meio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, tem trabalhado ações afirmativas. A primeira concretizou-se em 2004, com o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, que reúne 198 propostas voltadas à promoção da igualdade de gênero e atendimento às necessidades femininas. Fazem parte das metas do plano até 2007 a ampliação do acesso das mulheres ao mercado de trabalho e ao crédito, a redução da taxa de analfabetismo feminino, a ampliação das ações de planejamento familiar, o aumento de delegacias da mulher, dentre outros. Como o plano envolve ações principalmente nos municípios (onde a violência acontece), o comprometimento das prefeituras com as metas estabelecidas é muito importante.

Complementando o plano, o Executivo também enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 4559/2004, que trata a violência doméstica específica contra a mulher, de forma abrangente, envolvendo numa mesma lei as questões de apoio à vítima, reabilitação do agressor, forma de atendimento policial e de saúde para casos de agressões domésticas, dentre outras ações. Este PL foi amplamente discutido em audiências pelo país, promovidas pela bancada feminina, e já temos o compromisso do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, de colocá-lo na pauta de votações nesta semana do Dia Internacional da Mulher.

Continuamos lutando sabendo que ainda temos muito a conquistar. Apesar das diferenças salariais, ainda absurdamente registradas pelo país, as mulheres já dominam o mercado de trabalho, por sua competência, protagonismo e por representarem mais de 50% da população brasileira. Direitos garantidos por lei? Apesar de ainda a passos lentos, felizmente nossa legislação vem caminhando nesse sentido. Combater a violência contra a mulher? Este sim é o tema que hoje merece a atenção de toda a sociedade, pois o número de mulheres agredidas, espancadas e, muitas vezes, mortas apenas por "serem mulheres" cresce a cada dia.

* Iara Bernardi é deputada federal (PT-SP), psicóloga e coordenadora da Bancada Feminina no Congresso Nacional.

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Temas

Reportagem

LEIA MAIS

Justiça

Damares é condenada a indenizar professora por vídeo postado em redes sociais

Senado

Governo deve perder controle de quatro comissões no Senado

LEI DA FICHA LIMPA

Bolsonaristas articulam mudança na Ficha Limpa para tornar Bolsonaro elegível

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Veja como cada deputado votou na urgência para derrubar decreto do IOF

3

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

4

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

5

ECONOMIA

Hugo Motta: urgência contra aumento do IOF é "recado da sociedade"

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES