Meirelles nega ajuda do governo ao Panamericano

Renata Camargo
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (11) que o recurso utilizado para o aporte ao banco Panamericano foi "sem o uso de um centavo de dinheiro público" e sem prejuízo para os depositantes. Segundo Meirelles, o BC operou dentro da legalidade, com o objetivo de reconstituir a saúde financeira da instituição. Meirelles está no Congresso, onde participa de uma audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

O aporte dado ao Panamericano, do Grupo Silvio Santos, foi da ordem de R$ 2,5 bilhões. O BC autorizou a liberação do recurso para o banco após detectar fraudes contábeis no balanço da instituição auxiliada. Parte das ações do Panamericano são da Caixa Econômica Federal e, para evitar a liquidação do banco, foi feito o aporte por meio do Fundo Garantidor de Crédito, instituição privada mantida pelos próprios bancos.

Segundo Meirelles, o fundo "não tem nenhuma similaridade" com o Proer, programa de reestruturação do sistema bancário, que utilizou recursos da União para sanear o sistema na década de 1990. Ontem (10), o diretor de fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, afirmou que operações de carteiras de crédito feitas pelo Panamericano podem estar irregulares há três anos. Para Meirelles, a solução adotada pelo BC foi importante para manter "a normalidade da instituição" e do sistema bancário.