O comportamento da noiva verde

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Roseann Kennedy*

Os aliados de Dilma Roussef falam na necessidade de protagonismo dela nesse segundo turno. Porém, uma vez mais, foi o presidente Lula quem entrou em campo para discutir rumos da campanha e unir o grupo no empenho pela eleição da candidata.
 
Lula pode, inclusive, procurar Marina Silva pessoalmente para buscar apoio a Dilma Rousseff, embora os petistas saibam que a tendência da senadora é manter postura neutra.
 
Marina Silva tem planos de disputar as eleições de 2014 e teme perder eleitorado se aliando ao PT ou ao PSDB. Aliás, seria a postura mais sensata mesmo para a verde: deixar que os representantes do partido nos estados, se quiserem se engajar em uma ou outra candidatura, que o façam, mas ela mesma se manter na postura independente de terceira via.
 
Até porque, convenhamos, entrando ou não na campanha de um dos candidatos, com o cacife político conquistado nessas eleições e com o respeito internacional que obteve como personalidade que defende o meio ambiente, Marina pode ser convidada para integrar qualquer uma das gestões dos presidenciáveis que aí se apresentam. Falo isso no caso de, em algum momento, o PV pensar em ter cargos no governo federal.
 
Mas os integrantes do Partido Verde demonstram não estar dispostos a discutir apoio em troca de cargos no futuro governo. Mesmo assim, não vai questionar lideranças estaduais que decidirem apoiar Dilma e Serra.
 
Diante desse cenário, a coligação que quer eleger Dilma Rousseff está correndo atrás dos eleitores do PV e deixando em segundo plano a tentativa de apoio oficial.
 
Para isso, o programa de Dilma, agora, terá de apresentar as propostas para meio-ambiente, expor a participação do Brasil em Copenhague e apontar propostas para o setor.
 
Os governadores aliados também terão a missão de procurar os verdes para tentar acordo nos estados. Além disso, onde PT e PV têm aliança histórica, as lideranças já começaram a se reunir.
 
A executiva nacional do PV entende que nos próximos quatro anos a legenda precisa se fortalecer. Por isso, só vai se aliar a quem defender as mesmas propostas.
 
* Roseann Kennedy é comentarista política da CBN. De segunda a sexta-feira, escreve esta coluna exclusiva para o Congresso em Foco