Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Petrobras - To be, or not to be?

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Petrobras - To be, or not to be?

Congresso em Foco

9/9/2010 6:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Edison Freitas de Siqueira*

Para compreender a lógica da operação de capitalização da Petrobras é necessário entender que o controle deste bilionário grupo petrolífero, independentemente da sua atual participação acionária, sempre foi exercido pela União Federal. Isso acontece porque a União pertence a um bloco de acionistas cujos diretores, todos eles, são nomeados pelo Presidente e Ministros da República Federativa do Brasil. Hoje, este bloco de acionistas, denominado "majoritário", controla mais de 51% do total das ações da companhia. Esse grupo é formado, entre outros, (1) pela União; (2) pelos maiores fundos de previdência "privados" da América Latina (entre eles, Previ, Petros e Funcef), (3) pelo Banco do Brasil, (4) pela Caixa Econômica Federal, (5) BNDES e pelo (6) BNDESPAR, todas empresas privadas controladas pela União.

Portanto,  para capitalizar ou consolidar maior poder dentro da Petrobras não é necessário que a União Federal gaste um centavo sequer, porque mesmo os  38,6% das ações pertencentes aos investidores que compraram seus papéis na Bolsa de Valores de New York são a absoluta minoria, como é o caso das ações compradas com recursos do FGTS na BOVESPA (2,1%).

Em uma Sociedade Anônima manda quem detém - de forma direta ou indireta - mais de 50% do total das ações. No caso da Petrobras, os sócios controladores sequer temem a própria CVM, órgão público cuja função é fiscalizar o mercado e a atividade das sociedades anônimas. Isso acontece porque as mesmas "autoridades" que escolhem os diretores da Petrobrás são as que escolhem os da CVM. Ou seja: fiscais escolhidos pelo próprio fiscalizado!

Configurado esse quadro de poder e impunidade dentro da Petrobras, não se justifica que a União Federal repasse à Petrobras R$ 74,8 bilhões do dinheiro que receberia sobre a extração do petróleo do pré-sal, em troca de ações que não necessita ter para mandar na própria empresa.

Com certeza, ao invés de ser dado a tão rica empresa, este montante melhor seria aproveitado se aplicado em saúde, educação, segurança, estradas, aeroportos, esgotos e distribuição de energia ou, simplesmente, para ajudar estados e municípios que não conseguem, com recursos próprios, atender às necessidades regionais.

Por outro lado, se esse dinheiro não for dado à Petrobras, mas mantido nos cofres públicos, sua utilização será detalhadamente discutida dentro do orçamento geral da União, com participação e fiscalização de todos os senadores e deputados dos estados.

Contudo, mantida a transferência dos recursos públicos à Petrobras, este dinheiro será gasto pela empresa de acordo com a exclusiva vontade de quatro ou cinco diretores, os quais sequer se submetem a voto de discordância, pois os demais sócios são permanente minoria. Isso torna possível que esses mesmos diretores decidam gastar centenas de milhões de dólares em publicidade e assessoria de imprensa, em vez de investir em escolas e saúde, p. ex.

Quer dizer: essa "dinheirama" que não tem fim, ao invés de ajudar a todos os brasileiros, "na realidade" será utilizada para viabilizar uma "forma disfarçada" de reestatização, quanto a uma empresa que já é controlada pela União.

Qualquer analista ou investidor do mercado sabe que a Petrobras não necessita dos favores da União ou do dinheiro do sofrido povo brasileiro para conseguir os recursos necessários à viabilização, na escala e velocidade necessárias, dos investimentos indispensáveis à prospecção do petróleo do Pré-sal.

A Petrobras possui  envergadura e negócios mais do que suficientes para ela própria, necessitando somente do aval da União, emitir debêntures e, rapidamente, vê-las serem compradas nas bolsas de valores do Brasil e do exterior, obtendo, assim, os recursos que necessita. Essa solução, inclusive, é uma operação prevista na Lei das Sociedades Anônimas, já tendo sido utilizada, com pleno êxito, por outras empresas brasileiras de menor porte.

A emissão de debêntures perpétuas - sem vencimento -, ou a emissão de debêntures comuns, conversíveis ou não em ações, consolidaria uma operação muito mais transparente e, com certeza, seria melhor vista por aqueles que não veem com bons olhos a interferência política em empresas de capital aberto.

Contudo, sem qualquer oposição, todos calam frente à "engenhosa operação", em que pese seu objetivo óbvio seja retirar dos olhos da fiscalização recursos públicos de um pais em desenvolvimento e, ainda, prejudicar os acionistas minoritários.

A capitalização da Petrobras ocorre exatamente às vésperas de uma eleição.  Por esta razão, deveríamos buscar resposta para a seguinte pergunta: - Cidadãos brasileiros, vocês querem que o Governo brasileiro invista R$ 74,8 bilhões de reais na melhoria de sua qualidade de vida? Ou preferem abrir mão destes bilionários recursos para reestatizar a Petrobrás e permitir que os políticos possam mandar mais - com menos acionistas intrometidos - naquilo que já mandam hoje?

"To be, or not to be", ... nosso dilema, há muito tem sido nossa ruína!
 
*Presidente do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuinte

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Fórum

LEIA MAIS

IFRS: a hora está próxima!

A manhã chegará

A importância de reconhecer méritos

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

GOVERNO

Lula escolhe Emmanoel Schmidt Rondon para presidir os Correios

2

PEC 3/2021

Veja como cada deputado votou na PEC da Blindagem

3

IMUNIDADE PARLAMENTAR

Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara

4

MANOBRA NA CÂMARA

Eduardo Bolsonaro é indicado a líder da Minoria para evitar cassação

5

Nova condenação

TRF-4 sentencia Bolsonaro a pagar indenização de R$ 1 mi por racismo

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES